A Operação Espada da Justiça, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), mira o juiz Aldo Ferreira da Silva e apura a venda de sentença por R$ 250 mil. A investigação o pai e a sogra do magistrado, um advogado e empresários na Capital, Aquidauana e Rochedo.
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Autorizada pelo desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a operação apura os crimes de corrupção passiva e ativa, associação criminosa, lavagem de dinheiro e coação de testemunhas. Os dados foram divulgados pelo jornal Correio do Estado e confirmados pelo O Jacaré.
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Afastado em novembro do ano passado, por suspeita de corrupção na 5ª Vara de Família e Sucessões de Campo Grande, Aldo Silva Júnior é investigado por usar a sogra, Vanja Maria Alves, para ocultar o dinheiro proveniente da propina. O outro usado no suposto esquema, conforme o MPE, seria o pai, Aldo Ferreira da Silva, por meio da Mana Agropecuária.
Marques autorizou mandados de busca e apreensão contra o magistrado, seu pai, sua sogra, o advogado Wilson Tavares Lima e os empresários Pedro André Scaff e Jesus Silva Dias. O Gaeco obteve aval para apreender computadores, notebooks, telefones celulares, dinheiro, documentos, entre outros.
Além disso, o TJMS autorizou a coleta dos depoimentos de Vanja Maria Alves, Renata Auxiliadora Miranda e Jorge, Maria Elisa Hindo Dittmar, Mário Márcio Yule, Zouhan Gorgis Admour, Mauro Nascimento de Moraes, Hélio Yshiyama Corrêa, Robson Monteiro Padial e Alfredo Marcondes Gimenez.
De acordo com a denúncia, o magistrado cobrou R$ 250 mil de vantagem indevida para autorizar a venda de uma fazenda, alvo de inventário. Aldo Ferreira Silva Júnior ainda teria cobrado R$ 34 mil para homologar a partilha.
O MPE destaca que existem vários depósitos feitos pelas partes em processos conduzidos pelo magistrado para pessoas ligadas ao juiz. Uma das pessoas seria Pedro André Scaff Raffi, que tinha uma revendedora de veículos em parceria com o juiz. O intermediador no negócio seria Jesus Silva Dias.
O juiz ainda teria procurado os autores da denúncia para oferecer dinheiro. Pelo acordo proposto, eles mudariam o depoimento para isentar Aldo Ferreira da Silva e incriminar outro magistrado pela venda de sentença.
Como os denunciantes não aceitaram, homens armados os teriam procurado e feitas ameaças para mudar o depoimento contra Aldo.
A esposa de Aldo e filha de Vanja, a advogada Emanuelle Alves Ferreira da Silva, foi presa pelo Gaeco no ano passado acusado de dar golpe de R$ 5,3 milhões em engenheiro aposentado de Petrópolis (RJ). Ela e mais três homens aguardam sentença, a ser dada pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande.
Para evitar a punição, a advogada, que é defendida pelo advogado Wilson Tavares Lima, que teve os mandados de busca autorizados nesta sexta-feira pelo desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques.
Até o momento, a defesa dos investigados não se manifestou sobre a denúncia.
A Operação Espada da Justiça faz alusão a cortar na própria
carne quando necessário.