O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou, na manhã deste sábado (7), que não foi citado por nenhuma das 96 pessoas ouvidas pela Polícia Federal na Operação Vostok. Apesar de o inquérito 1.190 tramitar em sigilo, o tucano garantiu que teve acesso aos depoimentos colhidos na terça e quarta-feira em cinco estados.
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Para apurar o suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS em troca de incentivos fiscais, a PF fez mutirão para ouvir 14 investigados e mais 82 testemunhas, entre as quais estavam a mãe do tucano, Zulmira Azambuja Silva, e o irmão, Roberto de Oliveira Silva Júnior, o Beto Azambuja.
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“Se você tiver acesso aos depoimentos das pessoas, das mais de 110, você vai ver que nenhuma fala algo sobre o governador”, afirmou em entrevista coletiva durante a celebração da Independência, no Centro de Campo Grande. “Agora recentemente ouviram inúmeras pessoas, mas o que eu tenho dito sempre da minha vida pública é que a verdade sempre prevalece à mentira”, ressaltou, conforme o Midiamax.
De acordo com o despacho do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, o governador cobrou de 20% a 30% de propina em troca de incentivos fiscais. O Estado teve prejuízo de R$ 207,7 milhões em dois anos e meio com a irregularidade.
Para ressaltar a inocência, Reinaldo relembrou que a Operação Vostok foi deflagrada a 20 dias das eleições no ano passado e ele acabou reeleito no segundo turno com mais de 677 mil votos. Em outros estados, acusados por corrupção naufragaram nas urnas.
“Então, eu tô muito tranquilo com isso. Agora o dever da Polícia é investigar qualquer um, não só o governador como qualquer cidadão e se tiver alguma culpa, tem que punir”, ressaltou. Ele enfatizou que tentaram no ano passado, mas não conseguiram.
O governador aposta que a denúncia feita com base na delação premiada da JBS vai naufragar, assim como ocorreu com a denúncia do suposto pagamento de propina por frigoríficos e curtumes em troca de incentivos fiscais, que teve gravação exibida no programa Fantástico, da TV Globo.
No ano passado, o STJ arquivou, por unanimidade, a denúncia contra Reinaldo após o corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco, prestar depoimento e isentar a cúpula tucana da cobrança de propina. Ele aparecia no vídeo pegando dinheiro.
O autor da gravação, o empresário José Alberto Miri Berger, também recuou da denúncia e apresentou outra versão à PF. Ele disse que foi vítima de um golpe de Polaco.
“Tentaram mostrar uma mentira lá atrás, não conseguira, o STJ arquivou por 11 a zero uma denúncia contra mim e essa vai pelo mesmo caminho”, afirmou, fazendo referência ao arquivamento por nove votos a zero. “Agora recentemente ouviram inúmeras pessoas, mas o que eu tenho dito sempre da minha vida pública é que a verdade sempre prevalece à mentira”, enfatizou.
Após concluir o inquérito, a PF poderá indiciar os acusados de integrar o suposto esquema de corrupção, que envolve desde o governador até o primeiro secretário da Assembleia, deputado Zé Teixeira (DEM), o ex-secretário de Fazenda e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Monteiro, entre outros.
Além de dar detalhes, os delatores da JBS apresentaram documentos, ligações telefônicas e detalhes de como ocorreu o suposto esquema de pagamento de propina.
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