Condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado pela participação no roubo de R$ 550 mil em joias no Mato Grosso, o defensor público Carlos Eduardo Oliveira de Souza, 36 anos, pegou atestado médico dois dias após a publicação da sentença. Com salário médio de R$ 48,3 mil no primeiro semestre deste ano, ele deverá ficar afastado do trabalho por, no mínimo, 45 dias.
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Nesta segunda-feira (2), o defensor público-geral do Estado, Fábio Rogério Rombi da Silva, prorrogou a licença por mais 30 dias. Souza está afastado do cargo desde o dia 7 do mês passado. Inicialmente, com base em atestado médico, ele conseguiu autorização para se afastar por 15 dias. Como o prazo venceu, a licença médica foi prorrogada com aval da Junta Médica.
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Carlos Eduardo recebeu salário médio de R$ 48.353, somando-se o subsídio de R$ 33.689,11 mais as indenizações no primeiro semestre deste ano. Conforme o Portal da Transparência da Defensoria, em junho, o total de créditos pagos foi de R$ 45.169,38, sendo o subsídio de R$ 33,6 mil e indenização de R$ 11.480,27.
O órgão chegou a abrir sindicância para apurar a denúncia contra o defensor, mas o processo deverá ficar suspenso até a sentença transitar em julgado. Pelas regras atuais, caso o Tribunal de Justiça do Mato Grosso confirme a decisão, ele poderá ser preso por causa da condenação em segunda instância.
De acordo com a sentença da juíza Caroline Schneider Guanaes Simões, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, Souza e Lídia Nunes Dantas foram condenados a nove anos e quatro meses de prisão, a perda do cargo público e ao pagamento de 50 dias-multa.
O defensor público foi condenado por integrar a quadrilha que fez reféns e roubou R$ 550 mil em joias em Campo Grande. Na época, ele morava em Cuiabá (MT) e deu cobertura na fuga dos criminosos. Conforme confissão da ex-namorada, o grupo dividiu o produto do assalto em um motel.
Pelo envolvimento no roubo, Carlos Eduardo ficou preso de 13 a 20 de dezembro de 2005. Na época, ele confirmou ter conhecimento de dois dos quatro assaltantes, mas negou participação no assalto.
Ele também confirmou que locou a caminhonete, mas rechaçou a hipótese de que teria sido para dar cobertura na fuga dos criminosos. O defensor explicou que o veículo seri para participar do Festival de Pesca em Cáceres (MT), mas teria desistido da viagem porque o dono da casa no município teve compromissos profissionais.
O Jacaré procurou a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul para saber o motivo do atestado médico do defensor, que coincidiu com a condenação, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.