As trapalhadas, os cortes na educação, os ataques e a interferência nos órgãos de controle impulsionaram a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em Mato Grosso do Sul. Conforme levantamento da Ranking neste mês, o capitão tem avaliação melhor do que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que também se recuperou em relação ao mês de abril.
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Em agosto, 44,37% dos eleitores com mais de 16 anos classificaram a gestão do presidente como ótima ou boa. Houve crescimento de quatro pontos percentuais em relação a abril, quando 40,16% tinham a mesma avaliação.
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Para 27,16%, avaliação é regular, enquanto só 17,04% o consideram ruim ou péssimo. Houve queda de três pontos em relação ao primeiro levantamento, quando ele completou 100 dias e era reprovado por 20,43%.
Reinaldo também recuperou a popularidade no período, de 31,16% para 37,12% o índice dos que o consideram ótimo ou bom. Bolsonaro tem sete pontos de vantagem sobre o tucano no quesito aprovação.
Já 20,25% dos sul-mato-grossenses consideram a gestão estadual como ruim ou péssima, decréscimo em relação a abril, quando o índice era de 22,2%. Bolsonaro só é rejeitado por 17,04%.
Os números devem surpreender os aliados e adversários do presidente, que passou a ser bombardeado pelos meios de comunicação desde a posse. No Estado, ele enfrentou três protestos de estudantes e professores contra os cortes na educação. As universidades federais da Grande Dourados (UFGD) e de Mato Grosso do Sul (UFMS) foram as mais prejudicadas com os cortes.
Nem frases consideradas de mau gosto, como a recomendação para preservar o meio ambiente “fazendo coco um dia sim, o outro não”, não abalaram a reputação do pesselista no Estado.
Nos últimos dias, o presidente se envolveu em outras polêmicas, como a demissão do presidente do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a polêmica causada pelo desmatamento na Amazônia, a interferência na Receita e na Polícia Federal, a Reforma da Previdência, entre outros.
O levantamento atesta que o presidente não só conseguiu segurar a popularidade, como recuperou apoio entre os eleitores de Mato Grosso do Sul. A pesquisa da Ranking sinaliza que ele deve continuar como principal cabo eleitoral nas eleições de 2020.
O governador também conseguiu recuperar a popularidade, apesar da polêmica medida de reduzir em 32,5% os salários dos professores e manter o reajuste de 16,3% no próprio salário e dos comissionados.
Nem o congelamento dos salários dos servidores públicos abalou a recuperação do tucano, já que a aprovação cresceu seis pontos em quatro meses.
Só que ao contrário de Bolsonaro, o tucano é poupado pelos jornais e sites regionais. As medidas impopulares do governador são apresentadas à população como necessárias e benéficas, o que explica a redução no índice de ruim ou péssimo.
O presidente foi alvo de mais protestos do que o governador neste ano no Estado. No entanto, diante da população, ele fecha os primeiros sete meses do ano com popularidade maior.