A polêmica lista dos jatinhos bancados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com juros módicos inclui duas empresas de Mato Grosso do Sul. A instituição financiou a aeronave “Cheia de Charme”, que se tornou símbolo da Operação Lama Asfáltica, ao ser usado pelo ex-governador André Puccinelli (MDB) e pelo ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto.
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O outro avião foi adquirido pela Taurus Distribuidora de Petróleo, do empresário Jorge Luiz Zenatti, que cresceu ao ganhar licitações para fornecer para órgãos públicos no Estado. As revelações foram feitas nesta quarta-feira (21) pelo jornal Correio do Estado.
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O Embraer Phenon 100 foi comprado em 2011 por R$ 6,4 milhões pela Itel Informática, do empresário João Roberto Baird, o Bil Gates Pantaneiro. Atualmente, a empresa foi incorporada pela Mil Tec e mantém os contratos milionários com o Governo do Estado, que garantiram a ascensão meteórica do grupo.
Conforme a lista, divulgada a pedido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o juro pago pelo avião foi de 6,5% ao ano. Só para efeito de comparação, o cidadão que for comprar um carro zero quilômetro, paga taxa de juros de 1,28% a 1,69% ao mês. Ou seja, o percentual poderá chegar a 20% ao ano.
Investigação da Polícia Federal apontou que outro proprietário da aeronave seria o empresário João Amorim, dono da Proteco, que ficou preso por um ano e 21 dias. Ele pode voltar a ser preso, caso a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal julgue o pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para decretar novamente a prisão preventiva do grupo.
Até o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido), recorreu a favores de Amorim e viajou na emblemática aeronave.
O outro integrante da lista do BNDES é o dono da Taurus, que pagou R$ 4 milhões pelo jatinho, com taxas de juros de 3,5% ao ano.
A polêmica lista do BNDES inclui o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, que cogita ser candidato a presidente da República em 2022 sem ter nenhuma experiência, e o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).
O tucano comprou avião por R$ 44 milhões em 2010, enquanto o apresentado do Caldeirão do Huck pagou R$ 17 milhões.
Denunciada na Operação Lava Jato e dona da delação premiada contra 1,7 mil políticos, a JBS usou o dinheiro para pagar R$ 39,7 milhões em um jatinho.