A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos rachou a bancada de Mato Grosso do Sul no Senado. No geral, 29 senadores são contra, 15 a favor, 29 não responderam e sete estão indecisos, conforme o jornal O Estado de São Paulo.
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Dos três representantes do Estado, Soraya Thronicke (PSL) é a favor, enquanto a senadora Simone Tebet (MDB) é contra a nomeação do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a embaixada em Washington, a mais importante e estratégica do País no exterior.
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Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Nelsinho Trad (PSD), não quis responder ao questionamento do jornal paulista. No entanto, ele vem emitindo sinais de que trabalhará pela aprovação do deputado para o cargo.
O senador ganhou os holofotes na semana passada ao buscar parecer para indicar o 19º integrante da comissão. O objetivo era buscar um nome favorável à indicação. No entanto, a vaga é da oposição, que deverá elevar o número de opositores a pretensão de Bolsonaro fazer o filho embaixador.
Trad ainda pediu parecer da consultoria do Senado para saber se a indicação caracterizava nepotismo. Conforme o jornal O Globo, de ontem (18), o parecer atestou que a indicação do filho do presidente da República caracteriza nepotismo, vetado por meio de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Mesmo que o resultado da votação na Comissão de Relações Exteriores não seja terminativo, ou seja, independente do resultado, a indicação será submetida ao plenário do Senado, o presidente trabalha para ter maioria no grupo.
Sem o respaldo legal para defender a indicação de Bolsonaro para a embaixada, Nelsinho saiu pela tangente. “Nesse caso, há uma controvérsia. Existem pareceres que dizem que é nepotismo e outros que dizem que não. Assim como no próprio Supremo”, justificou-se, em entrevistas aos jornais nacionais.
Por outro lado, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça não teve receio em revelar como votará. Simone é contra a indicação de Bolsonaro, o filho 03, para a Embaixada em Washington.
“É um risco total do presidente, porque ele sabe que o menino acabou de fazer 35 anos, não conhece o mundo, não conhece geopolítica como um embaixador de carreira, e será muito mais provocado durante a sabatina pela mais alta corte do Parlamento”, afirmou.
Já Soraya Thornicke é a favor da indicação. “Esta nomeação do Eduardo é bastante estratégica e pragmática”, afirmou. Ela explicou que o deputado foi recebido na Casa Branca e tem intimidade com o presidente Donald Trump, do Partido Republicano. Na sua análise, o Brasil nunca foi valorizado pelos americanos, sempre foi mais um da América Latina.
A senadora destacou que Eduardo Bolsonaro vai abrir as portas do comércio americano para o mercado brasileiro. “Não temos nenhum embaixador que tenha este perfil para o cargo”, ressaltou, ponderando que existem muitos embaixadores bons e eruditos, mas não com o perfil do filho do presidente.
Soraya explicou que o objetivo não desmerecer as relações com a China, responsável por mais de 30% das exportações brasileiras. Ela disse que a estratégia é ampliar a relação com os Estados Unidos.
Após ser sabatinado pela comissão, o deputado precisa ter o voto de 41 dos 81 senadores para ser aprovado no cargo de embaixador. Em toda a sua história, o Senado só rejeitou dois nomes indicados pelo presidente, nos anos 60 e na gestão de Dilma Rousseff (PT).
(postagem atualizada às 19h03 desta segunda-feira, 19)