O juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal, autorizou, nesta quarta-feira (31), a transferência do engenheiro Flávio Henrique Garcia Scrocchio, 52 anos, para cumprir o restante da pena no regime semiaberto em São José do Rio Preto (SP). Condenado a sete anos, um mês e 15 dias na Operação Lama Asfáltica, o cunhado do ex-deputado Edson Giroto foi transferido em maio deste ano para o semiaberto da Gameleira.
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Com a transferência para a cidade próxima de Tanabi, onde residia com a família até ser preso, Scrocchio vai acompanhar a distância o segundo julgamento na 3ª Vara Federal de Campo Grande. Esta ação é decorrente da Operação Aviões de Lama, terceira fase da Lama Asfáltica. A audiência de instrução e julgamento começa a partir das 14h do dia 1º de outubro deste ano.
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Após cumprir um ano, dois meses e 23 dias no Centro de Triagem Anísio Lima, Scrocchio passou a ter direito a progressão na pena. Ele ainda contabilizou 102 dias de trabalho como serviços gerais dentro da unidade prisional para acelerar a saída do regime fechado.
O juiz Albino Coimbra Neto concedeu salvo conduto para que o engenheiro agrimensor deixe o presídio na Capital e se apresente na unidade do interior de São Paulo. Ele tem cinco dias para providenciar a mudança.
Com a decisão, ele poderá arrumar trabalho na cidade natal, que fica a 42 quilômetros de São José de Rio Preto e onde funciona a empresa Terrasat. Em breve, Flávio poderá pedir a progressão para o regime aberto, quando poderá até voltar a trabalhar na própria empresa.
Scrocchio foi condenado junto com Giroto e Rachel Portela Giroto por ocultar R$ 7,6 milhões, supostamente desviados dos cofres públicos, na compra da Fazenda Encantado do Rio Verde. Giroto foi condenado a nove anos e dez meses em regime fechado.
Em outubro, ele será julgado junto com os empresários João Amorim e Elza Cristina Araújo dos Santos e o piloto Gerson Mauro Martins. Eles podem ser condenados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro à prisão e a devolver R$ 7,598 milhões aos cofres públicos.
Giroto é acusado de receber o avião Piper Cheyenne I, avaliado em US$ 590 mil (R$ 2,2 milhões), como vantagem indevida. A aeronave foi importada por Elza e João Amorim por meio da ASE Participações e Eventos. Martins teria sido o piloto responsável por trazer o avião ao Brasil.
Logo após o bloqueio de R$ 43 milhões na Operação Fazendas de Lama, em maio de 2016, Giroto vendeu a aeronave para o produtor de algodão João Guerreiro. Com esta negociação, o ex-secretário deu o carimbo de que realmente era o proprietário do avião. Ele ainda complicou o cunhado, Flávio Scrocchio, já que recebeu um avião de pequeno porte como parte do negócio e o registrou em nome da Terrasat.
Giroto ainda vai a julgamento pela ocultação de R$ 2,8 milhões na construção cinematográfica da mansão no Residencial Damha I.
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