O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, anunciou apoio ao empresário indonésio Jackson Widjaya na briga contra a JBS pelo controle da Eldorado Celulose. O grupo empresarial promete investir R$ 31 bilhões e gerar 4,5 mil empregos diretos e indiretos em Três Lagoas (MS) até 2022.
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Cotado para ser embaixador nos Estados Unidos, ele posou ao lado do executivo com um cheque simbólico de R$ 31 bilhões em Jacarta, capital da Indonésia. Nas redes sociais, Eduardo ressalto que o investimento depende da solução do conflito entre a Paper Excellence, multinacional holandesa controlada por um grupo indonésio, e a J&F Investimntos, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, no ICC (Câmara Brasil-França), um tribunal arbitral internacional.
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Em postagem celebrada pelo pai e pelo irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL), Eduardo diz que o investimento de R$ 31 bilhões vai gerar 4,5 mil empregos diretos e indiretos e mais 4 mil na ampliação da fábrica de celulose. Só em impostos, segundo o parlamentar, serão R$ 1 bilhão.
A venda da Eldorado pela JBS para a empresa holandesa ocorreu em setembro de 2017 por R$ 15 bilhões. A empresa assumiria R$ 8 bilhões em dívidas. Na ocasião, a Paper Excellence pagou metade do valor e assumiu o compromisso de concluir a compra em um ano.
Em setembro do ano passado, o grupo não quitou o 50% restante e a JBS anunciou o cancelamento da venda da Eldorado.
A multinacional holandesa apontou outro motivo para a anulação do negócio: o preço da celulose teve aumento de 41,5% e a JBS elevou o valor final da venda em R$ 6 bilhões, exigindo receber R$ 21 bilhões pela Eldorado.
O impasse será solucionado pelo tribunal arbitral mencionado pelo filho de Bolsonaro. O desfecho da briga pode levar dois anos.
Eduardo Bolsonaro não é a primeira autoridade a apoiar publicamente o grupo estrangeiro na briga com os irmãos Batista, que fizeram delação premiada contra 1,7 mil políticos e quase derrubaram o presidente Michel Temer (MDB).
O vice-presidente Hamilton Mourão posou com o executivo indonésio Jackson Widjaya, mas o valor do cheque na época era menor, de R$ 27 bilhões – valor do suposto investimento a ser feito em Mato Grosso do Sul.
Apesar de estar envolvida no maior escândalo de corrupção do País, a JBS ainda mantém o título de maior grupo processador de proteínas do mundo.