A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, usou delações premidas para propor a abertura de mais dois inquéritos por corrupção contra o deputado federal Vander Loubet (PT). Como já foi alvo de mais dois inquéritos no Supremo Tribunal Sul, o petista é o recordista sul-mato-grossense em acusações por receber vantagens indevidas na corte.
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As novas petições contra parlamentar foram protocoladas pelo Ministério Público Federal na quinta-feira (25). Sem divulgar muitos detalhes, como valores e nomes dos delatores, a procuradoria limitou-se a uma nota lacônica no portal do órgão (veja aqui). A Polícia Federal só poderá iniciar as investigações após autorização do STF.
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A primeira investigação é para apurar a denúncia de suposto pagamento de vantagem indevida por empresa norte-americana para fornecimento de asfalto para a Petrobras. A procuradora não informou qual o valor da propina paga ao petista nem o valor do contrato.
A outra visa apurar o pagamento de propina para interferir na participação de concorrência internacional de empresa para a construção e posterior afretamento de embarcações tipo PLSV (Pipe Layer Supply Vessel), uma espécie de embarcação para fornecimento de camadas de tubulação, para a estatal petrolífera.
Além de Loubet, outras dez pessoas serão investigadas neste segundo inquérito. No entanto, o MPF não divulgou os nomes dos envolvidos no suposto esquema nem o valor da propina.
Como as suspeitas envolvem a Petrobras, os dois inquéritos devem integrar a Operação Lava Jato e os pedidos serão analisados pelo ministro Edson Fachin.
Em nota divulgada na quinta-feira, o deputado destacou que seus advogados desconhecem o teor da denúncia e não tem como comentá-la. Ele disse que está a disposição da Justiça esclarecer os fatos.
O petista destacou que sua atuação política-parlamentar é “pautada pela honestidade, seriedade e responsabilidade, especialmente com a população de Mato Grosso do Sul – que lhe confia pela quinta vez consecutiva o mandato de deputado federal”.
No início deste ano, o STF enviou para a Justiça Eleitoral a denúncia do suposto pagamento de caixa três na campanha eleitoral de 2010. Em colaboração premiada, dois executivos da Odebrecht denunciaram o pagamento de R$ 50 mil para o petista por meio de outras duas empresas.
Raquel Dodge tentou manter o inquérito no STF, mas a corte, por unanimidade, confirmou despacho do ministro Celso de Mello, e determinou a remessa para a Justiça Eleitoral.
O outro inquérito, que constatou pagamento de R$ 1,028 milhão em propina em esquema criminoso na BR Distribuidora, virou ação penal e tramita há quatro anos no Supremo. A data do julgamento só depende de Fachin, que analisa as alegações finais dos réus e da procuradora-geral desde o final de abril deste ano.