A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) para o cargo de embaixador em Washington, nos Estados Unidos, dividiu a bancada de Mato Grosso do Sul no Senado. A senadora Simone Tebet (MDB) vê o ato como o “maior erro” do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Já Nelsinho Trad (PSD) e SorayaThronicke (PSL) sinalizam aprovar a escolha do número 03 para a vaga tradicionalmente ocupada por um diplomata de carreira.
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Caso a nomeação seja confirmada por Bolsonaro, o nome do parlamentar será sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, presidida por Trad. Conforma revista Exame, ele prevê que todo o processo deverá levar 45 dias.
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O senador sul-mato-grossense disse que ele não deverá furar a fila por ser filho do presidente. “A tramitação vai obedecer o mesmo rito das outras. Não é porque é do Eduardo Bolsonaro, do filho do presidente ou de algum parente, que vai furar a fila. Não existe isso aqui. Vai seguir o mesmo trâmite respeitando os critérios que a gente sempre adotou no início dos nossos trabalhos”, garantiu.
O fato de Eduardo não ser diplomata nem ter carreira internacional, de acordo com Nelsinho, fará o clima ficar mais quente do que normalmente é na comissão. “Sou cirurgião, sou acostumado à pressão”, assegurou Nelsinho, que é médico.
Como experiência para a indicação, o deputado afirmou que fala fluentemente inglês e espanhol, fez intercâmbio e fritou hambúrguer nos Estados Unidos.
“Eu entendo que é um ato discricionário dele (do presidente). Afinal, quem passou pela campanha foi ele, quem levou a facada foi ele, quem ganhou a eleição foi ele. Ele tem todo o direito de escolher quem ele entender que é melhor”, complementou.
Irmão de deputado federal, do prefeito da Capital e tio de vereador, Nelsinho nomeou o cunhado, o médico Leandro Mazina, para comandar a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. O antecessor, Luiz Henrique Mandetta, atual ministro da Saúde, é primo.
Com base na própria experiência, o senador ressaltou que não vê “nenhuma aberração na indicação.
Soraya também sinalizou não se opor à indicação. No Twitter, a senadora defendeu a indicação do filho do presidente. Ela pediu aos seguidores que confiem no ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e no presidente da República. “Eles sabem o que estão fazendo”, frisou.
“Diplomatas ‘companheiros’ foram pulverizados em lugares estratégicos do mundo para a construção da agenda esquerdista, já conheci alguns…”, criticou.
Já Simone discorda dos colegas. “Talvez tenha sido o maior erro do presidente até agora. Até porque envolve o próprio filho”, alertou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
“Acho que ele corre sérios riscos de mandar (a indicação de Eduardo Bolsonaro para ser o embaixador brasileiro nos Estados Unidos) para o Senado e ser derrotado. A votação é secreta. Não tem precedentes no mundo, em países democráticos”, alertou.
Na história brasileira só houve rejeição do nome indicado pelo presidente da República em duas ocasiões. O diplomata Guilherme Patriota, indicado por Dilma Rousseff (PT), foi rejeitado por 38 a 37 votos no Senado para ser embaixador na OEA (Organização dos Estados Americanos.
Em 1961, o Senado rejeitou pela primeira um indicado para embaixada. O empresário Ermírio de Moraes, que não era diplomata, foi rejeitado por 26 votos a 22 para ser embaixador na República Federativa da Alemanha.
Como o Congresso Nacional entra de recesso, o nome de Eduardo Bolsonaro só será submetido ao Senado no mês de agosto.
Confira o cronograma de eventual indicação:
– Após a publicação da indicação do presidente da República no “Diário Oficial da União”, o Senado e recebe e a envia para a Comissão de Relações Exteriores
– O presidente do colegiado designará um relator para apresentar parecer – basicamente, ocorre a leitura do currículo do indicado. Após a concessão de uma vista coletiva (mais tempo para analisar o caso), a sabatina é pautada para outra sessão
– Na sabatina no plenário da Comissão de Relatores Exteriores, os senadores podem apresentar questionamentos ao candidato. Ao final da sabatina, o colegiado submete a indicação à votação
– Se for aprovada, a indicação vai ao plenário principal do Senado
– As votações são secretas na comissão e no plenário
(iNFORMAÇÕES DO G1)
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