O Senado Federal concedeu aposentadoria especial ao ex-senador Delcídio do Amaral (PTC). Aos 64 anos de idade e graças aos 15 anos de mandato como senador, ele obteve direito a receber R$ 11.575.88 por mês, o dobro do teto pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O benefício especial a parlamentares deve acabar com a Reforma da Previdência.
[adrotate group=”3″]
Delator na Operação Lava Jato, onde confessou ter recebido propina e se comprometeu a pagar R$ 1,5 milhão, o ex-petista teve a aposentadoria concedida pelo Decreto 7.008, da diretora-geral do Senado, Ilana Trombka. Conforme despacho publicado nesta segunda-feira (1º) no Diário Oficial da União, ele terá direito a 12/35 do subsídio de um parlamentar, de R$ 33.763.
Veja mais:
Injustiça! Delcídio caiu em armadilha de Cerveró e não obstruiu investigação, diz juiz
Vaidoso, Delcídio exigiu “atenção” e ganhou propina de R$ 500 mil
Festa de 15 anos de R$ 600 mil e fazenda de R$ 12 milhões ameaçam delação de Delcídio
Delcídio admite que recebeu US$ 1 milhão em propina pela compra de refinaria
Delcídio recorre para não cuidar de crianças, mas Fachin mantém prestação de seviço
Delcídio foi eleito pela primeira vez em 2002, quando foi o candidato apoiado pelo então governador Zeca do PT e superou Pedro Pedrossian, então um mito da política regional. Em 2010, ele se reelegeu para mais um mandato de oito anos.
Uma das principais lideranças do Congresso Nacional, ele era líder do Governo de Dilma Rousseff (PT), quando em novembro de 2015, foi preso acusado de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró. Ele ficou preso por vários meses e acabou sendo cassado por 74 votos, com uma abstenção, em maio de 2016.
Só que o ex-senador e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram denunciados pelo suposto crime de comprar o silêncio de Cerveró, acabaram absolvidos em primeira instância.
Nesta segunda-feira, em dia de boas notícias para o ex-senador, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou a absolvição da denúncia. A sentença reforçará a defesa do ex-petista, que tenta recuperar os direitos políticos. Como foi cassado pelo Senado, ele está inelegível até 2026, oito anos após o fim do mandato de senador.
Delcídio tenta retornar à política regional. No ano passado, ele foi candidato a senador pelo PTC, em dobradinha com o ex-senador Waldemir Moka (MDB), com o apoio do ex-governador André Puccinelli (MDB), mas ficou em 7º lugar.
Além dos direitos políticos, ele articula para assumir o comando do PTB com o aval do ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado no Mensalão do PT. Aliados querem que o ex-senador dispute o cargo de prefeito de Campo Grande.
Em entrevista ao Campo Grande News, Delcídio destacou que possui mais de 40 anos de trabalho para justificar a aposentadoria. No entanto, ele vai receber o dobro do teto do INSS, valor que é pago aos trabalhadores da iniciativa privada no Brasil.
O valor causa polêmica porque o Governo discute estratégias para reduzir o déficit da Previdência Social. A reforma proposta por Jair Bolsonaro (PSL) quer estender o teto a todo o funcionalismo público e aos políticos. Além disso, ele estabelecerá uma idade mínima para a concessão do benefício.
Além dos inquéritos em andamento, Delcídio é réu na Operação Lava Jato por ter recebido propina de R$ 1 milhão na compra da refinaria da Pasadena, pela Petrobras, nos Estados Unidos.
2 Comentários
Pingback: Pecuarista vai pagar indenização de R$ 40 mil por ofensa à mulher de Delcídio em rede social – O Jacaré
Pingback: Em processo de conversão, Delcídio vai cuidar de crianças para cumprir acordo de delação – O Jacaré