O JacaréO Jacaré
    Facebook Instagram Twitter
    O Jacaré O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Home»MS»Desmatamento no Parque agrava enchentes, sumiço de lago e extinção de aves, alerta MPE
    MS

    Desmatamento no Parque agrava enchentes, sumiço de lago e extinção de aves, alerta MPE

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt26/06/20196 Mins Read
    Facebook Twitter WhatsApp Telegram Email LinkedIn Tumblr
    WhatsApp Facebook Twitter Telegram LinkedIn Email
    Com desmatamento, lago pode voltar a ficar seco de novo devido ao agravamento do assoreamento, alertam especialistas (Foto: Sueli Veiga)

    O desmatamento das sete áreas no Parque dos Poderes deve agravar os alagamentos na Capital e o assoreamento do lago e dos córregos. Pesquisadores alertam para o sumiço de aves de rapina em extinção. Além disso, em pedido de tutela de urgência para suspender a supressão vegetal na área, o Ministério Público Estadual cita que a área não pode ser alterada porque está em processo de tombamento.

    [adrotate group=”3″]

    O alerta consta do pedido de tutela de urgência, protocolado nesta terça-feira (25) pelo promotor Luiz Antônio Fretas de Almeida, do Núcleo do Pantanal e da Bacia do Paraná, para suspender a eliminação de 3,31 hectares de área para a construção do novo prédio da Secretaria Estadual de Fazenda. O desmatamento foi autorizado pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paschoal Carmello Leandro.

    Veja mais:

    Paschoal é o 2º presidente do TJ a liberar desmatamento, desta vez no Parque dos Poderes

    Desmatamento em “fazenda da propina” causará dano irreparável ao Pantanal, alerta MPE

    Reinaldo e amigo usaram propina da JBS para comprar fazenda no Pantanal, suspeita PF

    O MPE não só considera o abaixo-assinado contra o desmatamento, feito por 11,1 mil pessoas, como estudos e laudos elaborados por pesquisadores, alertando para os reflexos trágicos para Campo Grande do projeto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

    Só que o promotor cita decreto do próprio Governo, o 606/2018, que tomba o Parque dos Poderes como patrimônio histórico, cultural e natural de Mato Grosso do Sul. O processo será conduzido pela Fundação de Cultura. Pela legislação, um bem não pode sofrer alteração durante o processo de tombamento.

    “Sem embargo, o Estado de Mato Grosso do Sul pretende, via desmatamento, descaracterizar parcialmente a área antes da conclusão do processo de tombamento e sem respeitar a proteção já conferida pelo Decreto Legislativo n. 606/2018. Assim, em razão da proteção provisória, nenhum desmatamento pode ser autorizado da forma pretendida pelo Estado se não estiver finalizado o processo de tombamento. O procedimento de tombamento sequer foi iniciado, não havendo resposta em contrário da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul”, pede Almeida.

    Além da construção do prédio de 8,2 mil metros quadrados, o MPE pede a concessão de liminar para suspender o desmatamento das sete áreas previstas na Lei Estadual 5.237/2018.

    Os reflexos ambientais serão péssimos para Campo Grande. A supressão vegetal deverá agravar o assoreamento do lago do Parque das Nações, cuja ameaça de sumiço comoveu a sociedade nos últimos dias. O desmatamento vai tornar inútil os esforços e os gastos feitos pelo município contra o assoreamento do curso d’água.

    “Ademais, como os canais de drenagem são direcionados para o interior do Parque Estadual do Prosa, isso aumentará o fluxo das águas pluviais e, consequentemente, piorará a degradação já existente no interior do Parque Estadual, como o assoreamento de corpos hídricos e de suas nascentes, como já ocorre com o Córrego Joaquim Português, e erosão do solo”, ressalta o promotor, que faz o apelo com base em estudo elaborado por biólogos, engenheiros ambientais e especialistas.

    “Assim, é incompreensível que se façam novas obras e supressões arbóreas, que só potencializarão danos já causados pela estrutura deficiente do sistema de drenagem, sem a equalização e solução dos problemas hoje encontrados. Afinal, o laudo técnico é taxativo ao apontar que o sistema de drenagem não comporta a demanda atual e necessita de urgentes adequações”,  anotou, citando laudo elaborado pela Arater Consultoria e Projetos.

    O desmatamento vai tornar mais comuns as cenas de alagamentos na Via Parque, que viralizam em questão de minutos quando chove na cidade. A tendência é que o aumento da área impermeável agrave o problema. A sociedade tem a opção de preservar o meio ambiente ou passar a conviver com enchentes mais frequentes.

    Ao não preservar mata nativa, poder público passará a enfrentar mais alagamentos (Foto: Arquivo)

    “Além da importância social para a prática de lazer e desporto e da importância econômica para o turismo, há outros impactos aos serviços ecossistêmicos considerando os desmatamentos pretendidos: regulação de enchentes,polinização, sequestro de carbono, ciclagem de nutrientes e até a regulação climática e térmica das redondezas, que serão afetados sem ao menos a realização de um estudo de valoração ambiental para subsidiar o órgão ambiental antes de autorizar tal empreendimento”, enfatiza o promotor.

    “De acordo com o laudo técnico, com o desmatamento,pensado também na supressão de todas as áreas excepcionadas pela Lei Estadual n. 5.237/18, gerará a perda de habitat para fauna e flora e a destruição de corredores ecológicos”, alerta.

    Neste caso, como parte da mata Atlântica e do Cerrado, o desmatamento deve provocar o desaparecimento de espécies em extinção, como águia-cinzenta, gavião-pega-macaco, gavião pato, sovi, bem-te-vi-rajado, raposa do campo, tamanduá bandeira e anta, que habitam a reserva de 2,4 milhões de metros quadrados do Parque.

    “Tendo todos esses impactos ao meio ambiente em mente, que são certos, acrescidos da negativa de realizar vários estudos que podem auxiliar a minorar os problemas e a avaliar se há mesmo interesse público em autorizar o desmatamento, visto que o Estado certamente possui outras áreas que podem ser usadas na construção de prédios públicos, seguramente que o desmatamento violará o postulado da prevenção/precaução e, por consequência, o direito fundamental ao meio ambiente”, enfatiza o promotor.

    Apesar de a petição ter 45 páginas, Luiz Antônio pede o prazo de três meses para protocolar a ação civil na Justiça. Ele pede a suspensão do desmatamento, que chegou a ser suspenso em segunda instância, mas acabou autorizado por Paschoal Carmello Leandro.

    A decisão caberá ao juiz José Henrique de Neiva Carvalho Silva, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que tinha negado liminar ao ser provocado pela primeira vez por um morador no mês de maio.

    A ação do MPE mostra que Campo Grande tem a opção de escolher o seu futuro. A primeira opção é preservar o meio ambiente, manter a qualidade de vida e o status de capital ecológica e ambientalmente sustentável. A outra é ignorar tudo pelo progresso, destruir suas belezas e enfrentar as tragédias ambientais.

    É uma escolha. Qual é a sua?

    Gavião pato é uma das aves que pode desaparecer com desmatamento. Capital entrou na rota dos turismo de contemplação de aves (Foto: Arquivo)

    desmatamento lago do parque das nações indígenas luiz antônio freitas de almeida MEIO AMBIENTE mpe parque dos poderes paschoal carmello leandro reinaldo azambuja

    POSTS RELACIONADOS

    MPE cobra suspensão de repasses à FFMS mesmo com acordo para pagamento de R$ 128 mil

    MS 09/06/20254 Mins Read

    Estevão Petrallás vai pagar R$ 128 mil em acordo por irregularidades em contas da Liga de Futebol

    MS 08/06/20253 Mins Read

    Queimadas fazem desmatamento crescer 92% na Amazônia

    BR 06/06/20253 Mins Read

    Mata Atlântica: Ibama pode reforçar em ação contra desmatamento do Parque dos Poderes

    MS 06/06/20252 Mins Read

    5 Comentários

    1. Pingback: Por “beleza cênica”, TRF cassa duas vezes liminar que reduz Parque da Serra de Bodoquena – O Jacaré

    2. Pingback: Laudo aponta falhas na recuperação de cartão postal, mas fracassa ação contra obra em lago – O Jacaré

    3. Pingback: Liminar frustra nova solução para Parque da Bodoquena e todos perdem, alerta Ecoa – O Jacaré

    4. Pingback: MS perde mais uma. Decreto caduca e liminar reduz Parque da Serra de Bodoquena em 81% – O Jacaré

    5. Pingback: Juiz ignora estudos e alertas de ambientalistas e mantém desmatamento do Parque – O Jacaré

    Leave A Reply

    Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

    As Últimas

    Ao STF, Bolsonaro nega ter cogitado plano de golpe de Estado

    BR 10/06/20253 Mins Read

    Inflação oficial recua para 0,26% em maio deste ano, diz IBGE

    BR 10/06/20252 Mins Read

    Torres admite desconhecimento técnico sobre sistema eleitoral

    BR 10/06/20254 Mins Read

    CPI das Bets: Soraya pede indiciamento de influenciadoras e quer banir Jogo do Tigrinho

    MS 10/06/20254 Mins Read

    A verdade que você não lê por aí!

    Siga nossas redes:

    Facebook Twitter Instagram
    O Jacaré
    • Início
    • Últimas Notícias
    • Sobre o que falamos
    • Nosso Livro
    • Converse com a gente
    Categorias
    • AGRO
    • BR
    • Campo Grande
    • charge
    • JORNALISMO INVESTIGATIVO
    • Livro
    • MS
    • Mundo
    • Opinião
    • Seu Bolso
    © 2025 Todos os direitos reservados.

    Type above and press Enter to search. Press Esc to cancel.