O presidente Jair Bolsonaro (PSL) exonerou, nesta terça-feira (18), o empresário Marcos Henrique Derzi Wasilweski do cargo de superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste. Indicado pelo ex-senador Pedro Chaves, atual chefe do escritório regional do Governo do Estado em Brasília, ele caiu após nova denúncia de estelionato.
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Conforme decreto do presidente e do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, o novo chefe da Sudeco será Nelson Vieira Fraga Júnior, que foi um dos principais assessores do ex-senador Waldemir Moka (MDB). Ele comandará o FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), que conta com R$ 9,7 bilhões, dos quais R$ 2,4 bilhões para financiamentos em Mato Grosso do Sul.
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A notorieda
Irmão da ex-secretária municipal da Mulher na gestão de Gilmar Olarte, Liz Derzi, Marcos Henrique foi nomeado em fevereiro do ano passado pelo presidente Michel Temer (MDB). Além de ser indicado por Pedro Chaves, o empresário teve o aval do ex-deputado Carlos Marun (MDB).
Derzi tinha no currículo a boate sertaneja Woods, que faliu em Campo Grande. Conforme ação na Justiça do empresário Robson Luís Faria Furlan, ele e o outro sócio na boate, Thiago Nunes Cance pegaram R$ 160 mil para reformar a casa de shows entre dezembro de 2013 e junho de 2014. No entanto, a dupla não fez a obra nem devolveu o dinheiro.
A gota d’água para a demissão de Marcos Henrique teria sido boletim de ocorrência registrado no início do mês na Polícia Civil. Um arquiteto de 30 anos denunciou que emprestou R$ 30 mil para um assessor e pegou um cheque do superintendente da Sudeco como garantia.
No entanto, ao descontar o cheque no dia 3 de maio deste ano, conforme o combinado, o profissional descobriu que Derzi alegou fraude, de forma “dolosa” conforme a vítima, e suspendeu o pagamento do cheque. O arquiteto registrou queixa por estelionato e o caso chegou ao conhecimento do Governo.
Pesou na exoneração do cargo de superintendente a falta de respaldo político. Derzi era apadrinhado por Pedro Chaves, que nem disputou a reeleição de senador após herdar o mandato de Delcídio do Amaral. Atualmente, o milionário foi nomeado como secretário especial por Reinaldo para comandar o escritório em Brasília.
O apoio do governador e de políticos tucanos não foi suficiente para mantê-lo no cargo.
Na esperança de continuar no cargo, ele tentou se aproximar de Bolsonaro. Houve até publicação de fotos ao lado do presidente em colunas sociais de jornais campo-grandenses, mas não teve jeito.
O substituto foi assessor por oito anos de Moka, que não conseguiu se reeleger no ano passado. Nelson Vieira Fraga Júnior atuou por 14 anos na Câmara dos Deputados e sempre atuou na Comissão de Agricultura.
Marcos Henrique Derzi Wasilewski não é o primeiro de Mato Grosso do Sul a perder o emprego na gestão de Bolsonaro. No fim de semana, o advogado Marcos Barbosa Pinto, natural de Amambai, pediu demissão do cargo de diretor de Capitais do BNDES após ser o pivô da queda do presidente da instituição, Joaquim Levy.
Ele foi vetado por Bolsonaro porque integrou as equipes petistas nas gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Pinto foi um dos responsáveis pelo Prouni (Programa Universidade para Todos), considerado um dos mais exitosos projetos de inclusão de jovens pobres nas universidades.
Formado em Jornalismo pela UFMS, Francisco Vieira Garonce foi exonerado após ficar menos de um mês no comando da Diretoria de Avaliação do Inep, a pasta responsável pela aplicação do Enem.
E teve gente vetada por postagem nas redes sociais antes de assumir o cargo. Este foi o caso de Desiree Queiroz, que perdeu a indicação para Secretaria Nacional da Juventude após se manifestar nas redes sociais sobre o assassinato da vereadora carioca Mariele Franco (PSOL).