As maiores centrais, federações, sindicatos e movimentos sociais organizam megaprotesto contra a Reforma da Previdência, os cortes na educação e o desemprego nesta sexta-feira (14). A greve geral deve suspender aulas nas escolas públicas, em alguns órgãos públicos federais e obras da construção civil. A expectativa dos organizadores é exibir a mesma força na manifestação realizada no ano passado, quando o alvo era a Reforma da Previdência proposta pelo então presidente, Michel Temer (MDB).
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Agora, o alvo será o projeto encaminhado ao Congresso Nacional por Jair Bolsonaro (PSL), que prevê idade mínima para aposentadoria das mulheres (62) e homens (65), redução do benefício social para idosos e doentes pobres de R$ 998 para R$ 400 e restringir o pagamento do abono para quem ganha um salário mínimo.
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Além da Reforma da Previdência, conforme o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Jaime Teixeira, a manifestação vai ser contra os polêmicos cortes na educação, que podem suspender as aulas nas universidades federais no segundo semestre, e por uma política de geração de emprego e renda.
Teixeira espera a presença de 20 mil pessoas na manifestação prevista para começar às 9h na Praça do Rádio. A entidade espera a participação de trabalhadores de todos os municípios do interior. O sindicalista rebate o argumento do governo de que a reforma vai destravar a economia. “Vai gerar mais demissões e reduzir o movimento da economia, principalmente, das pequenas cidades com a redução no valor do benefício social”, garantiu.
Os bancos e o transporte coletivo não devem aderir à paralisação, mas estão se mobilizando para participar do ato no Centro da Capital. Estudantes universitários, movimentos sociais, sem-teto e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) devem reforçar os protestos.
Mais otimista está o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Genilson Duarte, que espera a participação de 50 mil pessoas. “A Reforma da Previdência vai acabar com os direitos dos trabalhadores”, alerta.
Ele destacou que o Governo Bolsonaro ainda não anunciou as medidas para combater o desemprego, problema para 13 milhões de brasileiros, e o subemprego, meio de sobrevivência de outros 50 milhões, conforme o sindicalista.
Além da CUT, o movimento conta com outras centrais, como a Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CSB (Central Sindical Brasileira) e CST. “Vamos parar algumas obras”, prevê o representante da Força Sindical e presidente do SEAAC (Sindicato dos Empregados e Agentes Autônomos do Comércio), Estevão Rocha.
Para Duarte, o Governo só deveria propor a atual Reforma da Previdência depois de cobrar as dívidas dos bancos e grandes empresas e fazer o que for necessário para reduzir o déficit. “Só colocar nas costas dos trabalhadores, não pode”, argumenta.
Os trabalhadores da saúde não vão parar, mas devem reforçar o protesto, conforme o presidente do SINTSS (Sindicato dos Trabalhadores na Seguridade Social), Ricardo Bueno. O objetivo é não prejudicar os hospitais, já comprometidos com o déficit de pessoa e falta de estrutura e medicamentos.
Bueno também acredita que se as grandes empresas pagassem a dívida com a previdência, não haveria déficit. Ele se socorre com a CPI proposta pelo senador Paulo Paim (PT), que teria negado a existência do déficit usado pelo governo para defender regras previdenciárias mais duras.
“Sou totalmente contra a Reforma da Previdência”, enfatiza o dirigente do SINTSS, que integra o Fórum dos Servidores Estaduais.
Além da Capital, o grupo planeja manifestações em Corumbá, Dourados e Três Lagoas. A greve geral deve contar com a adesão do transporte coletivo nos maiores estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.