O jornalista Francisco Vieira Garonce, formado pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), envolveu-se em suposta polêmica violação do protocolo de sigilo de prova e perdeu o cargo de diretor de Avaliação da Educação Básica. Ele acabou se tornando mais um a não resistir ao turbilhão da gestão de Jair Bolsonaro (PSL), que vem derrubando os dirigentes do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
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Piloto da Base Aérea de Campo Grande, formado em Administração e com mestrado e doutorado, ele foi nomeado no dia 17 de abril deste ano com a missão de comandar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que será feito por 5 milhões nos dias 3 e 10 de novembro deste ano.
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No entanto, Garonce teria cometido um tropeço. Conforme o jornal Folha de São Paulo, o militar cometeu uma falha de segurança no envio das questões para a gráfica que havia colocado em suspensão a realização das provas do Enceja (Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos).
De acordo com a denúncia, uma funcionária foi enviada com a mídia das provas para São Paulo. Ela tinha uma senha para abrir a mídia dentro da sala-cofre da gráfica. A mulher ligou para Brasília e Garonce violou o protocolo do sigilo ao fornecer nova senha por telefone. O correto era gravar nova prova e outra senha para serem reenviadas à gráfica, repetindo o procedimento para manter o sigilo.
Na terça-feira, o novo presidente do Inep, Alexandre Lopes, o 3º nomeado por Bolsonaro, afirmou que houve tempo de produzir uma nova prova, com itens inéditos. “O problema foi superado. Enviamos uma nova prova dentro dos padrões estabelecidos pelo Inep”, garantiu. O Encceja está previsto para 4 de agosto.
Desde a posse do atual presidente, o Ministério da Educação vem sendo marcado por medidas polêmicas e substituições constantes.
Como é militar e tinha sido indicado pelo delegado da Polícia Federal, Elmer Vicenzi, a expecativa era de que Garonce teria vida longa no cargo. No entanto, o policial, que trabalhou com ele no Denatran, foi o primeiro a ser demitido do cargo de presidente do Inep.
Garonce não se manifestou até o momento sobre a exoneração do cargo, que foi publicada nesta quarta-feira (5), mas com data retroativa ao dia 22 de maio deste ano.