O engenheiro agrônomo Flávio Henrique Garcia Scroccohio, 53 anos, é o primeiro condenado na Operação Lama Asfáltica a obter progressão de regime. Além de ser transferido para o semiaberto, ele deve ser transferido para São José do Rio Preto (SP) e deixar o cunhado, o ex-deputado federal Edson Giroto (PR) sozinho no Centro de Triagem Anísio Lima, em Campo Grande.
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Condenado a nove anos e dez meses de reclusão em regime fechado, o ex-secretário de Obras vai ser o único a ficar preso na Capital. O empresário João Amorim, dono da Proteco, e o chefe de obras da Agesul, Wilson Roberto Mariano de Oliveira, o Beto Mariano, obtiveram habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região e foram soltos na terça-feira passada (28).
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Na semana passada, o ex-deputado ressaltou que considera o cunhado como irmão. Com a iminente transferência de Flávio, Giroto deve apostar as fichas na ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, que analisa pedido de revogação da prisão preventiva. Ela soltou o ex-governador André Puccinelli (MDB) e seu filho, o advogado André Puccinelli Júnior, que dividiram a cela no Centro de Triagem por cinco meses.
Se não conseguir o habeas corpus, Giroto pode ceder à tentação de fazer delação premiada. Responsável pelas principais obras de infraestrutura na Capital e no interior, conhecedor dos bastidores de Brasília e articulado, ele admite que sabe de muitas histórias. “Um dia posso contar tudo”, afirmou, emitindo mensagem para os aliados e ex-amigos.
Condenado a sete anos, um mês e 15 dias, Scrocchio passou a ter direito a progressão de regime ao cumprir um ano, dois meses e 23 dias na prisão. Preso em quatro ocasiões na Operação Lama Asfáltica, ele conquistou o direito de passar do regime fechado para o aberto no dia 1º de abril deste ano.
Conforme o processo, o engenheiro agrônomo fez serviços gerais por 102 dias no presídio, o que lhe garantiu o direito de remissão de 34 dias na pena. Sem antecedentes criminais e residência fixa, ele passou a ter direito ao semiaberto, conforme despacho do juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da 1ª Vara de Execução Penal da Capital, publicado no dia 6 de maio deste ano.
Como as acomodações da Colônia Penal Agrícola são consideradas piores que o Centro de Triagem, conforme relatos de Giroto, o cunhado pediu transferência para cumprir o regime semiaberto em Tanabi, no interior de São Paulo, onde reside a sua família.
Como na pequena cidade não existe centro prisional, o advogado José Valeriano Fontoura pediu transferência de Flávio Henrique para São José do Rio Preto, que fica a 42 quilômetros de Tanabi. O magistrado autorizou a transferência, que só depende da disponibilidade de vaga e de autorização da Justiça paulista.
Giroto terá direito a remissão de pena, caso não seja condenado em nova ação penal, no final deste ano.
Flávio poderá requerer o livramento condicional em 22 de junho de 2020, quando terá cumprido mais de dois anos preso.
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