Pela segunda vez, estudantes, professores e trabalhadores protestaram contra os cortes na educação promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). No interior do Estado, houve bloqueio de rodovias em Anastácio e Dourados. Na Capital, cerca de 2 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram de ato na Praça Ary Coelho e passeata pela Avenida Afonso Pena no início da noite desta quinta-feira (30).
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O principal temor dos universitários é com a suspensão do ano letivo pelas universidades no segundo semestre. De acordo com um dos coordenadores do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Carlos Lorenzo, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) não dispõe de recursos para pagar as contas básicas, como energia elétrica, a partir de agosto e pode deixar em torno de 23 mil estudantes sem aulas.
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A instituição teve corte de R$ 80 milhões neste ano. De acordo com o UOL, é o segundo maior corte do País, só atrás da UFBA (Universidade Federal da Bahia).
“É a morte da educação”, lamentou Lorenzo. Ele disse que a UFMS não dispõe de dinheiro para investimentos e para manter o custeio de bolsas e auxílios para estudantes que fazem pesquisa.
Ao Campo Grande News, a estudante de Ciências Sociais, Maria Eduarda, 26 anos, contou que recebe auxílio de R$ 400 e sem a ajuda de custo será obrigada a retornar ao Rio Grande do Sul. “Sem bolsa permanente não consigo continuar estudando”, afirmou.
No período da manhã, estudantes promoveram roda de conversa no corredor central do campus de Campo Grande. A partir das 15h, estudantes, professores e técnicos da UFMS iniciaram ato na Praça Ary Coelho. Estudantes do Instituto Federal e da UEMS (Universidade Estadual de MS), sindicalistas e Jornalistas pela Democracia compareceram para dar apoio ao protesto contra os cortes na educação.
O movimento terminou com passeata, que teria contado com 2 mil, que percorreram a Avenida Afonso Pena entre as praças Ary Coelho e do Rádio. O Campo Grande News estimou em 1,2 mil pessoas. O Midiamax falou em mais de mil pessoas. O Correio do Estado informou que eram 120 pessoas.
Em Dourados, no período da manhã, universitários bloquearam por quatro horas a Avenida Guaicurus, principal via de acesso à cidade universitária, ao aeroporto e ao Exército. Eles queimaram pneus e usaram galhos e faixas para bloquear a via (veja matéria do Dourados News).
Em Anastácio, houve bloqueio da BR-262 por índios, estudantes e profissionais da saúde das 6h20 às 11h30 desta quinta-feira. De acordo com o Campo Grande News, 80 pessoas participaram da interdição. Além do protesto contra corte nas universidades, eles reclamaram do atraso no pagamento de servidores que atendem as aldeias.
Houve diminuição no número de manifestantes em relação ao dia 15 de maio, quando seis mil pessoas foram às ruas da Capital protestar pela primeira vez contra os cortes de mais de R$ 5 bilhões na educação. Naquele dia, os professores e administrativos da rede estadual e municipal, que fizeram greve contra a Reforma da Previdência, reforçaram o ato.
Também teve menos gente do que a manifestação de apoio a Bolsonaro, que ocorreu no domingo na Capital. A organização estimou em 3 mil pessoas em defesa da Reforma da Previdência, da MP 870 e do Coaf no comando do ministro da Justiça e Segurança Púbica, Sérgio Moro.
A expectativa é de que as manifestações devem continuar.
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