A primeira manifestação de apoio a Jair Bolsonaro (PSL) levou milhares de pessoas às ruas da Capital e do interior de Mato Grosso do Sul neste domingo (26). Vestidos de verde e amarelo, marca dos protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), eles deram respaldo ao presidente e mostraram força para encurralar os deputados e senadores do Centrão, que recorrem ao fisiologismo para fazer política.
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Em Campo Grande, de 1,5 mil a 4 mil pessoas – conforme estimativa da Polícia Militar e do organizador mais otimista – participaram do ato apoio na Avenida Afonso Pena. O grupo defendeu a aprovação de medidas polêmicas, como a Reforma da Previdência, o pacote anticrime proposto por Sérgio Moro, a reforma administrativa e a CPI da Lava Toga.
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Os parlamentares do PSL, como Renan Contar, Loester Trutis, Luiz Ovando e Soraya Thronicke reforçaram a manifestação. O recado foi claro: para o grupo, Bolsonaro está no rumo certo.
“A manifestação foi muito boa, pacífica e ordeira, como a gente sempre tem feito, demonstrando total apoio ao Bolsonaro. Demonstrando a nossa insatisfação contra as chantagens políticas que os políticos da velha guarda vem fazendo com o nosso atual governo”, resumiu o deputado estadual Capitão Contar.
Militar do Exército, Alípio Neto, 36, seguiu a mesma linha. “Desde a posse no dia 2 de janeiro, está nitidamente claro que a intenção de muitos parlamentares do Centrão e da esquerda é inviabilizar a governabilidade do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe”, justificou.
Para Neto, a população precisa sair da zona de conforto para mostrar o poder do povo, que, no atual momento, está com Bolsonaro. Soraya defendeu a manifestação como forma de consolidar o poder do atual presidente da República.
Para Rafael Tavares, do movimento EndireitaCampoGrande, a manifestação reuniu 3 mil pessoas na Capital. “Os deputados e senadores perceberam a força do Bolsonaro”, acredita.
Ao jornal Midiamax, a PM estimou público em 1,5 mil pessoas na Afonso Pena. A Guarda Municipal calculou em 2,5 mil. O Campo Grande News publicou estimativa da organização de que seriam 4 mil. Fora da linha e superando até o mais otimista dos organizadores, o Correio do Estado chutou 30 mil pessoas, mas reduziu para 4 mil .
Em Dourados, conforme o deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSL), cerca de 5 mil manifestantes compareceram ao ato na Praça Antônio João. Ele disse que houve mobilização em 10 cidades do Estado neste domingo.
A manifestação de apoio a Bolsonaro, inédita no Brasil, encurrala os deputados e senadores do Centrão, como PSD, DEM, PRB, MDB e Solidariedade, acostumados a apoiar o Governo em troca de cargos e recursos. Oficialmente, o discurso é de que votam o que for o melhor para o País.
Como Bolsonaro vem travando queda de braço com o grupo político, que vem sendo enxovalhado pro manter práticas consideradas da “velha política”, as manifestações de hoje reforçam a linha do pesselista.
Além de recursos, o presidente pode minar o poder político do Centrão ao não manter a velha prática de usar os cargos nos órgãos federais nos estados para obter apoio político. Bolsonaro ganha força para priorizar o PSL, nomes técnicos ou militares para órgãos importantes, como o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Ibama, Funasa, Funai e superintendências regionais de Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Trabalho.
O discurso radical, que vem assustando a sociedade brasileira, também se /mostrou presente na marcha de hoje. Houve manifestante defendendo o fechamento do Supremo Tribunal Federal, medida extrema, antidemocrática e inconstitucional.
Até pedido de intervenção militar, que vem desde as manifestações de 2013, reforçou a manifestação pró-Bolsonaro.