Movimentos de direita organizam manifestação para apoiar as polêmicas medidas de Jair Bolsonaro (PSL), que enfrenta protestos dos estudantes contra cortes na educação e relação difícil para aprovar as medidas no Congresso Nacional. Para mostrar respaldo popular e força do presidente, parlamentares do PSL estão convocando a população, mas tentam desvincular o partido do movimento.
[adrotate group=”3″]
A convocação é reação à mobilização dos estudantes e professores, que já fizeram um protesto e convocam outro contra o contingenciamento de R$ 5,2 bilhões do Ministério da Educação. O grupo também tenta dar força a Bolsonaro na queda de braço com os deputados e senadores do Centrão e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
Veja mais:
MPF abre inquérito e seis mil protestam contra cortes na educação; Bolsonaro chama estudantes de “idiotas”
Petista e dois tucanos de MS ajudam a derrotar Moro e aprovam Coaf na Economia
Nelsinho se junta à oposição para impor derrotar a Moro e transfere Coaf para a Economia
Bolsonaro corta R$ 96 milhões de instituto, universidades e até hospital em MS
Secretária de Reinaldo detona polêmico ministro da Educação de Bolsonaro
A derrota imposta pelo grupo ao ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com a retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a devolução da Funai (Fundação Nacional do Índio), deve dar gás ao movimento de domingo. Em Campo Grande, a marcha começa às 15h30 na Avenida Afonso Pena, em frente ao Ministério Público Federal, palco dos protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Rafael Tavares, do EnDireitaCampoGrande, espera levar 3 mil manifestantes às ruas no domingo. Ele está convocando a população para apoiar o pacote anticrimes de Moro, a Reforma da Previdência, a aprovação da MP 870 (que reduz o número de ministérios de 29 para 22), contra o Centrão e a favor da CPI Lava Toga, a versão Lava Jato no Poder Judiciário.
A senadora Soraya Thronicke (PSL) reforçou o convite à população. “Vamos para as ruas pedir que as reformas e o pacote anticrime sejam aprovados. A voz das ruas é muito importante”, reforçou a parlamentar, que promete participar dos atos “como cidadã”.
Mesma posição defendida pelo deputado federal Loester Trutis (PSL). “Vou como cidadão para demonstrar apoio ao presidente”, garantiu.
Para o deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PSL), o ato será demonstração de patriotismo e união. “MS vai às ruas em apoio ao presidente, nosso País não pode retroceder”, destacou.
O deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSL), a manifestação não é contra ninguém, mas a favor do presidente da República, seu governo. Ele acredita que as medidas podem garantir o equilíbrio econômico e financeiro e impulsionar o desenvolvimento do País.
O deputado federal Luiz Ovando publicou banner nas redes sociais em apoio à mobilização, mas não se manifestou sobre porque defende a manifestação.
Inicialmente, Bolsonaro cogitou participar das manifestações, mas acabou mudando de ideia. O presidente recomendou aos ministros que evitem o ato.
As consequências da manifestação de domingo, convocada para dezenas de cidades brasileiras, são consideradas imprevisíveis. Eventual sucesso poderá dar força ao presidente Bolsonaro, mas provocar a fúria dos deputados aliados no Congresso Nacional e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, um dos alvos das manifestações.
“Sou contra as chantagens políticas do centrão. Também sou contra a parcialidade do STF, atuando politicamente no STF, livrando corruptos”, pontuou Capitão Contar, vocalizando as principais reivindicações de parte dos organizadores da manifestação de domingo.
Outro risco é a manifestação se transformar em fiasco e dar força aos críticos do presidente. Esta hipótese lembra o que ocorreu com Fernando Collor de Mello (PTB) em 1992, às vésperas do impeachment. Ele conclamou à população a vestir-se de verde e amarelo e milhares foram às ruas vestidos de preto.