Apesar de liminar do Tribunal de Justiça, trabalhadores administrativos da educação decidiram manter a greve, iniciada nesta segunda-feira (20), por tempo indeterminado. Com o fim do prazo das negociações, servidores decidiram elevar a pressão sobre o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que teve dinheiro para elevar o próprio salário em 16,37%, mas não para incorporar o abono e autorizar a reposição da inflação de 4,78% para os 75 mil funcionários estaduais.
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Para agravar a situação, o tucano já teme o caos econômico com os novos cortes em investimentos prometidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). Depois do contingenciamento polêmico de R$ 5,2 bilhões na educação, o pesselista deve anunciar novos cortes nesta quarta-feira (22).
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Durante ato da Campanha do Agasalho na manhã de hoje (21), Reinaldo admitiu que novos cortes podem causar caos econômico, segundo relato do Campo Grande News. “A economia nacional tem dado sinal de cansaço. O desemprego está aumentando e a atividade econômica diminuindo, isso é preocupante”, afirmou o tucano.
“A projeção era de 3% de crescimento em 2019 e já baixaram para 1,45%. Se a economia continuar neste ritmo, pode haver caos no fim do ano”, profetizou. Não é a primeira vez que Reinaldo freta com a tragédia.
Na semana passada, para justificar o reajuste zero dos serviços e apenas a manutenção do abono, o Governo publicou “análise” em vários jornais e sites, prevendo risco de atraso no pagamento de salários dos servidores, como ocorreu no Rio de Janeiro.
Descontentes com o congelamento dos salários, servidores estaduais começam a reagir. Os trabalhadores administrativos na educação iniciaram greve por tempo indeterminado na segunda-feira.
Eles exigem a incorporação do abono, piso de um salário mínimo, reajuste pela inflação e melhores condições de trabalho nas escolas. Para evitar a greve, Reinaldo apelou à Justiça e foi atendido pelo desembargador Luiz Tadeu Barbosa, do Tribunal de Justiça.
O magistrado não declarou a paralisação ilegal, mas condicionou a manutenção de dois terços dos administrativos em atividade. Ontem, antes de ser notificada, a Fetems informou que 90% dos servidores aderiram à greve.
Nesta terça-feira, o advogado Ronaldo Franco explicou que a entidade foi notificada e vai cumprir a determinação judicial. Isso significa que 33% dos trabalhadores vão continuar de braços cruzados.
A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio da assessoria, que ainda não tem a estimativa de adesão da greve e o impacto nas escolas.
No sábado, a partir das 9h30, oito entidades dos policiais militares e bombeiros farão assembleia gera conjunta para analisar a proposta do Governo e definir a estratégia de mobilização.
O presidente da Associação dos Militares Estaduais (AME-MS), Thiago Mônaco Marques, a categoria quer a reposição da inflação, a manutenção do abono e implementação do projeto lançado em 2017 para corrigir distorções nas carreiras.
“A tropa vai decidir o que será feito”, explicou Marques, destacando que o resultado da assembleia é imprevísel.
Os policiais civis vão fazer paralisação de 24 horas no dia 31 deste mês. De acordo com o presidente do Sinpol, Giancarlo Miranda, os agentes vão definir no mesmo dia os próximos passos da mobilização e podem seguir os trabalhadores da educação com greve por tempo indeterminado.
Os servidores da saúde vão convocar assembleia geral na próxima semana para analisar a proposta de Reinaldo. De acordo com o presidente do Sintss/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social), Ricardo Bueno, a categoria quer a reposição da inflação, pelo menos, e a manutenção do abono.
Os agentes penitenciários devem convocar assembleia geral na próxima segunda-feira (27). De acordo com o presidente do sindicato, André Santiago, já está aprovada mobilização no dia 31. Eles podem aprovar outras manifestações para pressionar o Governo.
O governador enfrenta dificuldade em obter o apoio dos servidores, porque elevou o próprio salário em 16,37% no início deste ano. O aumento contemplou todo o primeiro escalão e os comissionados.
Este é o problema do tucano, exige sacrifício apenas dos outros.