Com a determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o pecuarista José Carlos Bumlai será o primeiro sul-mato-grossense a cumprir pena atrás das grades na Operação Lava Jato. Condenado a nove anos e dez meses em regime fechado, ele é o primeiro poderoso e milionário a enfrentar esta situação no Estado.
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Outros dois políticos do Estado são réus na maior operação de combate à corrupção do País. O deputado federal Vander Loubet (PT) aguarda o julgamento da suposta propina de R$ 1,028 milhão pago por meio do dinheiro desviado da BR Distribuidora pela organização criminosa que seria integrada pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB). Este processo tramita na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
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Já Delcídio do Amaral, que deve trocar o PTC pelo PTB, é réu na 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele é acusado de ter recebido propina de R$ 1 milhão pela compra da refinaria da Pasadena pela Petrobras nos Estados Unidos. O ex-senador aguarda questionamentos da colaboração premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República.
Bumlai foi o primeiro a ser condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira e corrupção. A ação refere-se ao empréstimo de R$ 12 milhões concedido pelo Banco Schahin em 2004 ao pecuarista para repasse ao PT em troca de contrato com a Petrobras. A empresa Schahin Engenharia ficou com o navio-sonda Vitória 10.000.
O empresário recorreu contra a sentença, mas o recurso foi negado na quinta-feira (16) pela 4ª Seção do TRF4. Os desembargadores determinaram o imediato cumprimento da pena.
Ao G1, a defesa de Bumlai informou que ele tem convicção de que conseguirá reverter a sentença nos tribunais superiores.
Um dos maiores produtores rurais de Mato Grosso do Sul, José Carlos Bumlai se tornou amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na campanha de 2002 e foi um fiador da candidatura do petista entre os representantes do agronegócio.
Ele teve a prisão decretada na Operação Lava Jato, mas estava em liberdade. De acordo com a defesa, o pecuarista deverá ser apresentar em Curitiba (PR) assim que for notificado pela Justiça Federal.