A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) sofreu o segundo maior corte do País e pode suspender as atividades no segundo semestre, deixando 23 mil universitários sem aulas. O corte promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) soma R$ 80 milhões e equivale a 52% dos recursos destinados para custeio e investimentos.
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O percentual e o valor da instituição só ficam atrás do bloqueio de 54% da Universidade Federal da Bahia, conforme reportagem do portal UOL. O 3º maior atinge a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), que pode ficar sem 49% do montante previsto para 2019.
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A assessoria da UFMS confirmou que os cortes somam R$ 80 milhões e incluem o dinheiro previsto para custeio, investimentos e emendas parlamentares. Com o montante de 40% liberado pelo Ministério da Educação, a universidade garantiu o empenho até o mês de junho.
Sem dinheiro, a Universidade Federal de MS ficará com todo o funcionamento comprometido, apesar dos esforços do reitor Marcelo Turine em garantir a assistência estudantil, a situação vem sendo considerada assustadora.
De acordo com a instituição, com a manutenção dos cortes, a federal fica sem condições para realizar compra de insumos e materiais, realizar pagamentos de contas de consumo e de contratos permanentes, o que inclui energia elétrica.
Caso Bolsonaro decida manter os cortes, a UFMS deve suspender o ano letivo a partir de agosto ou setembro deste ano, deixando 23 mil estudantes sem aulas. Na prática, o risco é de nenhum estudante concluir o ano letivo e adiar o sonho da formatura.
Nesta segunda-feira (13), estudantes decidiram ocupar um dos blocos do campus da UFMS na Capital. Eles prometem acampar no local até o Governo federal recuar dos cortes nos orçamentos das universidades federais.
A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) afirmou que a interdição do custeio geral é de 41%, inédito nos termos de dimensão e o maior da história recente das universidades federais.
“Desde 2014, o sistema Federal vem sofrendo perdas orçamentárias por meio de contingenciamentos. A partir de 2017, o próprio orçamento passou a ser reduzido. Com essa ordem de grandeza de bloqueio atual, as universidades passarão, em breve, a não ter meios de realizar novas licitações ou mesmo de empenhar os recursos para efetivar o pagamento de seus contratos de serviços”, informou a entidade, em nota.
Os reitores devem se reunir com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, na quinta-feira (16) para discutir o corte nas instituições federais de ensino.
Em audiência no Congresso Nacional, o ministro disse que o bloqueio pode ser suspenso. Inicialmente, ele pretendia bloquear 30% de três universidades pelo que classificou como “balbúrdia”, mas recuou e estendeu o corte a todas as instituições de ensino após a repercussão do anúncio.
Trabalhadores fazem protestos e paralisação contra cortes nesta quarta
Nesta quarta-feira, trabalhadores em educação farão greve nacional. No Estado,a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) anunciou paralisação de 24 horas contra as medidas do Governo federal e a Reforma da Previdência.
Para o presidente da entidade, Jaime Teixeira, se não houver mobilização da população, as consequências dos cortes na educação será catastróficas, porque comprometem os investimentos no ensino, pesquisa e extensão.
A Fetems também apoia a greve dos trabalhadores administrativos nas escolas contra o corte do abono de R$ 200 e o congelamento dos salários pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
Na UFMS, o curso de Jornalismo deverá promover aula pública como protesto contra o contingenciamento de Bolsonaro.
Os estudantes, professores e técnicos devem fazer manifestação no viaduto e passeata na Avenida Costa e Silva, na manhã desta quarta, contra os cortes de Bolsonaro.
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