O Governo federal bloqueou R$ 96,6 milhões de universidades, do Instituto Federal e de hospital em Mato Grosso do Sul. Os cortes determinados por Jair Bolsonaro (PSL) devem comprometer investimentos em obras, suspender projetos nas instituições de ensino e até ameaça a conclusão do ano letivo nas instituições de ensino. No País, o corte chega a R$ 5,7 bilhões.
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O corte de 30% marca de forma turbulenta a gestão do novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, nomeado após a demissão do colombiano Ricardo Vélez Rodriguez. Inicialmente, o corte só atingiria três universidades como forma de punição pela “balbúrdia”. A reação da sociedade brasileira forçou o ministro a rever a decisão e ele estendeu o corte para todo o País.
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De açodo com o SIOP (Sistema Integrado de Orçamento e Planejamento) do Ministério da Economia, dos R$ 155,5 milhões provisionados para este ano, R$ 50,7 milhões foram bloqueados da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). O montante representa 33% do previsto.
A situação mais dramática é no HU de Dourados, que pode ter redução de 62% nos repasses previstos pelo Governo. O MEC deve cortar R$ 20 milhões dos R$ 32,1 milhões previstos para o estabelecimento neste ano.
A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) terá corte de 30%, o que representa R$ 18,9 milhões dos R$ 63,9 milhões previstos. A instituição prevê a suspensão de obras, compra de equipamentos, projetos de pesquisas e extensão.
O Instituto Federal de Mato Grosso do Sul deve ficar sem R$ 6,9 milhões dos R$ 40,3 milhões previstos pelo SIOP. A redução no investimento foi alvo de protesto dos estudantes nesta segunda-feira, que se vestiram de preto e puxam o movimento nas redes sociais com a hastag #tira a mão do IF.
Os números divergem dos divulgados pelas instituições. A UFMS divulgou que foram bloqueados R$ 29,7 milhões, sendo R$ 28,7 milhões do custeio e R$ 955,9 mil destinados para investimentos.
O corte vai atingir todas as atividades da Universidade Federal, desde projetos de pesquisa, ensino, extensão, empreendedorismo e inovação. O reitor Marcelo Turine prometeu esforço para não comprometer a assistência estudantil, como restaurante universitário e as bolsas.
Maior instituição de ensino pública do Estado, a UFMS completa 40 anos com 2,8 mil funcionários e 23 mil estudantes. A instituição oferece 116 cursos de graduação e 61 de pós-graduação.
O bloqueio dos recursos compromete principalmente as instituições de ensino superior e ameaça o já ínfimo investimento do Brasil em pesquisa. Para se ter ideia, o investimento é pior entre os todos os países da América do Sul, atrás até do Paraguai e Argentina. O maior é feito pelo Chile.
O argumento do Governo é de que o ensino básico deve ser prioridade. No entanto, as universidades formam os professores, que podem melhorar o ensino dos estudantes do ensino fundamental e médio.
O investimento brasileiro em educação equivale a 5% do PIB, enquanto a estratégia era elevar esse índice para 10%. Sem educação não há desenvolvimento nem progresso, é a verdade simples, nua e crua.