Depoimento sigiloso da ex-vereadora Luiza Ribeiro (PPS), uma das principais aliadas do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), virou a principal arma dos réus na ação por improbidade administrativa na Operação Coffee Break. Polêmica e fiel ao progressista até o fim, ela foi convocada para ser testemunha de defesa da Proteco, empresa de João Amorim, preso desde 8 de maio do ano passado na Operação Lama Asfáltica.
[adrotate group=”3″]
A reviravolta pode ocorrer na ação que tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, onde ficaram como réus o ex-governador André Puccinelli (MDB), o senador Nelsinho Trad (PSD), o ex-prefeito da Capital, Gilmar Olarte, o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), entre outros.
Veja mais:
Perito deve desvendar origem de dinheiro nas contas dos réus na Coffee Break
STJ reinclui na Coffee Break três vereadores e secretário adjunto de Governo
Coffee Break: dois anos de suspeitas, sigilo e jogo empurra mantêm crimes impunes
STJ mantém deputado e presidente da Câmara como réus na Coffee Break
Depósito de R$ 195 mil e indicações políticas pesam contra Paulo Siufi em ação
Pivô de condenação de Olarte e testemunha da Coffee Break, agiota é metralhado na Capital
A surpresa ocorreu no dia 15 de março deste ano, quando Luiza falou do processo de cassação de Bernal na 3ª Vara Criminal em outra ação penal resultado da Operação Coffee Break. Como este processo tramita em segredo de Justiça, não é possível saber detalhes da denúncia.
O pedido de compartilhamento do depoimento como prova foi solicitado pelos advogados Ary Raghiant Neto e Lúcia Maria Torres Farias, da Proteco. A medida foi autorizada pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara.
Para a defesa, a declaração da ex-vereadora é apontada como fato novo no escândalo. A revelação causa espanto, principalmente, porque a principal aliada de Bernal se transformou na esperança de salvação de Amorim, acusado de ser um dos principais articuladores da cassação do ex-prefeito.
De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), políticos e empresários se uniram para garantir interesses pessoais.
Eles viraram réus na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mas as ações foram arquivadas pelo Tribunal de Justiça. O Ministério Público recorreu e conseguiu manter a ação graças ao Superior Tribunal de Justiça.
O grupo também é réu em outra ação decorrente da Coffee Break, mas esta ação tramita, também em sigilo, na 6ª Vara Criminal.
A ação por improbidade conta com mais de 15 mil páginas e o julgamento deve contar com o depoimento de mais de 100 testemunhas de defesa e acusação.