O Governo do Estado recuou do corte do abono de R$ 100 a R$ 200 de 37,7 mil servidores e vai manter o pagamento como sinalização da boa vontade para manter as negociações com os servidores. O gesto deve suspender as manifestações e até greve. Funcionários querem a incorporação do adicional e reposição da inflação dos últimos 12 meses.
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Após elevar o próprio salário, do vice-governador, de secretários e de comissionados em 16,38%, Reinaldo Azambuja (PSDB) alega não ter dinheiro para conceder o mesmo benefício aos demais servidores estaduais. Ele pretendia cortar o abono e congelar os salários neste ano.
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Além do índice zero, o tucano já anunciou a retomada da jornada de oito horas diárias após 15 anos e o PDV (Programa de Desligamento Voluntário). O objeito é forçar a demissão dos efetivos para reduzir o gasto com pessoa e adequar o gasto com pessoal ao limite previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Este é o principal argumento do tucano para não autorizar reajuste linear equivalente a inflação oficial de 4,78%, conforme o índice acumulado nos últimos 12 meses, e a incorporação do abono.
Além do reajuste, os policiais civis cobram a publicação das promoções, suspensas por tempo indeterminado.
O primeiro efeito da decisão de Reinaldo foi a suspensão da roda de tereré nesta terça-feira (30) na Governadoria. O Fórum dos Servidores vai se mobilizar para garantir a aprovação da lei prorrogando o pagamento do abono por mais dois meses, abril e maio, e na negociação salarial.
O sonho dos 75 mil servidores era ter o mesmo reajuste aplicado no salário do governador, de 16,38%, que representa quatro vezes a inflação oficial dos últimos 12 meses. Além de ganho real, o índice garantiria a recuperação de parte da defasagem acumulada desde 2015, quando o tucano assumiu o comando do Estado.
O governador vai precisar para convencer o funcionalismo a aceitar índice próximo de zero, já que o gasto com pessoal está no limite.
O argumento de que é o único Estado a pagar os salários em dia não convence mais, principalmente, depois da sanção da lei que cria 3.064 cargos comissionados e do reajuste de 16,38% nos salários de um grupo de abençoados.