O ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) aparece em mais uma planilha da propina e caixa dois da construtora Odebrecht. Desta vez, segundo o delator Edgar Venâncio, da Transnacional, ele teria recebido R$ 2,5 milhões entre setembro de 2014 e maio de 2015.
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Detalhes da planilha, que estaria em sigilo no Supremo Tribunal Federal, foram revelados pelo jornal O Estado de São Paulo. O documento lista 187 repasses a políticos que somam R$ 97,5 milhões.
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A Força-Tarefa da Operação Lava Jato considera a lista peça chave para provar as acusações, porque a réus presos e denunciados confirmam datas e repasses revelados por Venâncio. Ele tinha contrato com o doleiro Álvaro José Novis.
Conforme a planilha, foram feitos cinco repasses de R$ 500 mil para a interlocutora do ex-senador, identificada como Elizabeth Oliveira. O dinheiro foi entregue em três hotéis da Vila Olímpia, em São Paulo.
Na planilha, o ex-senador é identificado como Grisalho ou Ferrari, dois apelidos usados na planilha da construtora de Marcelo Odebrecht.
O marqueiteiro João Santana, que fez a campanha de Dilma Rousseff (PT), teria recebido R$ 18 milhões. O senador Ciro Nogueira (PP/PI) foi beneficiado com R$ 6 milhões, entre outros políticos poderosos reeleitos e não reeleitos no ano passado.
Delcídio tentou retomar o mandato no Senado, mas ficou em 7º lugar na disputa, atrás de novatos na política, como Soraya Thronicke (PSL), eleita, e Sérgio Harfouche (PSC). Ele ficou atrás de antigos aliados, como o ex-governador Zeca do PT, e de políticos tradicionais, como Nelsinho Trad (PSD), eleito), e Waldemir Moka (MDB), que foi seu companheiro de chapa.
O ex-senador foi denunciado pela Força-Tarefa da Lava Jato por ter recebido R$ 1 milhão em propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. No mês passado, ele pediu que esta denúncia saia da 13ª Vara Federal de Curitiba e vá para Justiça Eleitoral. O pedido foi feito após o Supremo Tribunal Federal julgar que as denúncias envolvendo caixa dois devem ir para o Tribunal Regional Eleitoral.
A decisão da mais alta corte do País serviu de senha para todos os denunciados por corrupção pleitearem o encaminhamento das ações para a Justiça Eleitoral. Com certeza, os juízes eleitorais não se tornaram queridinhos pela eficiência e rigor nos julgamentos. O Ministério Público Federal e Polícia Federal são contra a mudança.
Delcídio foi acusado de receber R$ 9 milhões da Odebrecht nas campanhas de 2006 e 2014. O delator Rogério Santos de Araújo revelou que a construtora repassou R$ 4 milhões quando ele foi candidato a governador do Estado pela primeira vez, quando perdeu para André Puccinelli (MDB).
Em 2014, quando perdeu no segundo turno para o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Ferrari teria obtido R$ 5 milhões, conforme Benedito Barbosa da Silva Júnior, outro delator da Odebrecht.
Cláudio Melo Filho acusou o pagamento de R$ 500 mil a Delcídio em agosto de 2012 pela aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional. O ex-petista recebeu o dinheiro ao descobrir o pagamento de propina a outros senadores e ter exigido o mesmo tratamento, conforme o delator.
O ex-senador não se manifestou sobre a nova denúncia, conforme o Campo Grande News.