Empossado como senador da República no dia 1º de fevereiro deste ano, Nelsinho Trad (PSD) acabou sendo beneficiado pelo “erro” do Governo do Estado e ainda recebeu salário de R$ 10,7 mil. Além disso, o ex-prefeito da Capital por dois mandatos recebe R$ 67,5 mil do Senado, sendo R$ 33.763 de subsídio e mais R$ 33.763 de auxílio mudança.
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Especialista em Saúde, na função de médico, Nelsinho é funcionário de carreira da Secretaria Estadual de Saúde. Conforme o Portal da Transparência, mesmo estando afastado do cargo desde o dia 31 de janeiro deste ano, ele recebeu o salário integral em fevereiro, de R$ 10.714,12.
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Por meio da assessoria, o senador encaminhou ofício em que pediu o afastamento do cargo de médico no dia 1º de fevereiro deste ano. No entanto, o recebimento só ocorreu no dia 22 do mês passado.
A Secretaria Estadual de Administração e Desburocratização confirmou o erro em nota enviada no início da noite de ontem. “Ocorre que constou indevidamente na folha do mês de fevereiro, os vencimentos do servidor de carreira do Estado de Mato Grosso do Sul, atualmente senador Nelsinho Trad”, esclareceu.
O Governo do Estado garantiu que já tomou as medidas para garantir a devolução do salário pago irregularmente ao ex-prefeito da Capital por dois mandatos. “Constatada a irregularidade, foi realizado o bloqueio no sistema, e os valores serão ressarcidos de forma integral ao Estado, assim que os atos de afastamento solicitados pelo senador forem publicados”, garantiu.
Coincidentemente, o decreto autorizando o afastamento de Nelsinho sem ônus para a origem até 2027 foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial do Estado, um dia após o questionamento ser feito pelo O Jacaré.
O bloqueio do salário pago indevidamente não deverá causar transtornos ao ex-petebista, apesar dos bloqueio dos bens em várias ações por improbidade administrativa.
Ele recebeu o subsídio como senador no valor de R$ 33.763 e mais o polêmico auxílio moradia, pago no início de mandato no mesmo valor. Como é considerado indenização, o benefício não tem desconto de imposto nem previdenciário, conforme o Portal da Transparência do Senado.
De acordo com o Senado, Nelsinho utilizou R$ 7.423,39 da cota para o exercício da atividade parlamentar e mais R$ 2.390 para consumo de material e correios. Ele tem 21 funcionários do gabinete e no escritório político.