O Ministério Público Estadual denunciou o ex-vereador Roberto Santos Durães (PSC) por improbidade administrativa por ter “ganho” caminhonete avaliada em R$ 150 mil em 2016. Interceptação de conversa telefônica captada na Operação Antivírus, que apontou megaesquema de corrupção no Detran, mostra que o então parlamentar exigiu o veículo da empresa Digix.
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Além de Durães, o MPE denunciou a Digix, os sócios Jonas Schimidt das Neves e Suely Aparecida Carrilhos de Almoas Ferreira e a funcionária Danielle Corrêa Maciel Rigotti. Eles podem ser condenados por improbidade administrativa, ter os direitos políticos suspensos de oito a dez anos, perder eventual função pública e pagar multa civil de cem vezes a remuneração, que pode chegar a R$ 1,5 milhão no caso do ex-vereador.
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Esta denúncia é desmembramento da ação protocolada em 23 de agosto do ano passado na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. Na ocasião, o juiz David de Oliveira Gomes Filho determinou o desmembramento do processo. A outra já revelada é do pagamento de funcionário fantasma pela Assembleia Legislativa para cuidar do filho do ex-deputado Ary Rigo (PSDB).
Durães era suplente de vereador em 2014, quando procurou a Digix e pediu a caminhonete para fazer campanha para deputado estadual. A história foi revelada em conversa telefônica entre Danielle e o empresário José do Patrocínio Filho, da Pirâmide Informática.
Em 2016, quando já tinha sido efetivado como vereador, ele voltou a pedir favores à empresa. Danielle contou que o veículo foi doado. No entanto, a doação foi oculta por uma simulação de compra e venda.
Ao Gaeco, Roberto Durães admitiu o empréstimo do veículo entre 2014 e 2016, mas porque a superintendente da Digix, Suely Ferreira, gostava “de seu jeito e ideias”. Só não contou se a empresária concordava com suas ideias de esquerda, quando era do PT, ou de extrema direita, quando se filiou ao PSC.
De acordo com o promotor, o ex-vereador disse que adquiriu a caminhonete por R$ 150 mil em espécie, mas não comprovou o pagamento nem a origem do dinheiro.
Para o promotor Adriano Lobo Viana de Resende, o ex-vereador praticou corrupção passiva e afrontou os princípios da administração pública.
No entanto, o processo criminal segue em sigilo por determinação da juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal.