Fiasco nas urnas no ano passado, a funcionária pública Gilsienny Arce Munhoz, a Gilsy Arce (PRB), não só torrou uma fortuna, como contratou aproximadamente 150 pessoas para trabalhar na campanha de deputada estadual. Ela pode ser uma candidata laranja, mesmo modelo usado pelo PSL, que levou à queda do ministro Gustavo Bebiano da Secretaria Geral da Presidência da República.
[adrotate group=”3″]
A candidata ainda contratou ex-coordenadores da Funtrab (Fundação Estadual do Trabalho), que foi comandada pelo PRB no primeiro mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB). Lucas Rael Alves Acosta, filho do presidente regional do partido, o pastor Wilton Acosta, também recebeu dinheiro da campanha, conforme a prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral.
Veja mais:
Potencial laranja, funcionária pública recebeu R$ 761 mil e obteve 491 votos em MS
Candidatos ao governo e Senado arrecadam R$ 10,8 mi; filho preso doa R$ 100 mil a Reinaldo
Após medidas impopulares, candidatos a deputado investem mais que governador para conquistar votos
Gilsy Arce chamou a atenção por ter gasto R$ 761.589,50, mas só ter obtido 491 votos. Outros candidatos, que não tiveram a “benção” do dirigente tiveram menos recursos e mais votos. Este é o caso do ex-deputado federal Coronel Isaías Bitencourt (PRB), que gastou R$ 150.269 para conquistar 9,6 mil votos.
O único candidato eleito deputado estadual, Antônio Vaz, investiu R$ 328,8 mil na campanha, sendo R$ 264 mil da direção do PRB.
Gilsy não foi feliz na contratação dos coordenadores de campanha e cabos eleitorais. Conforme a prestação de contas, ela contratou 150 pessoas.Na prática, cada um só conquistou mais dois votos.
O coordenador da campanha foi Edson Bobadilha, que recebeu R$ 53,9 mil. Ele era coordenador do trabalho na Funtrab, onde tinha salário de R$ 4,5 mil por mês. Outros quatro cabos eleitorais tinham o mesmo sobrenome do coordenador e receberam R$ 7,5 mil para atuar como cabos eleitorais nas eleições de 2018.
Outros ex-comissionados na Funtrab foram contratados por Gilsy. Dorineu Martins Afonso ganhou R$ 54 mil, enquanto João José Sales Filho teve R$ 15,3 mil para serviço contábil.
O filho de Wilton Acosta recebeu R$ 4,9 mil para trabalhar como cabo eleitoral da funcionária pública.
Em entrevista à TV Globo, o coordenador da campanha, Edson Bobadilha, disse que Gilsy recebeu o investimento alto porque tinha potencial. Ele ainda ressaltou que não houve nenhuma irregularidade na prestação de contas feita à Justiça Eleitoral.
Por enquanto, a Polícia Federal abriu inquérito para investigar as candidaturas laranjas em Pernambuco, que envolve Bebiano e o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, e em Minas Gerais, onde o alvo é o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.