A Justiça arquivou todas as ações criminais impetradas contra o ex-governador Zeca do PT em decorrência do escândalo conhecido como “Farra da Publicidade”. As ações penais foram devolvidas à primeira instância em agosto do ano passado pelo Supremo Tribunal Federal, logo após a corte restringir o foro privilegiado aos crimes cometidos no exercício do mandato de deputado federal.
[adrotate group=”3″]
O arquivamento de nove ações penais e três inquéritos criminais por peculato foi determinado pelo juiz Olivar Augusto Roberti Coneglian, da 2ª Vara Criminal de Campo Grande. As decisões foram tomadas no dia 15 de fevereiro e publicadas nesta sexta-feira no Diário Oficial da Justiça.
Veja mais:
MPF quer retomar dez ações criminais contra Zeca do PT na farra da publicidade
Zeca do PT apota “equívoco” do MPF em retomar ações criminais no STF
O magistrado levou em consideração habeas corpus concedido há 11 anos, em 7 de abril de 2008, pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que na época determinou o trancamento das ações penais.
Com a decisão, além do ex-governador, o arquivamento inocente o ex-secretário estadual de Governo, Raufi Marques, o ex-subsecretário de Comunicação, Oscar Ramos Gaspar, empresários, ex-funcionários públicos estaduais e agências de publicidade.
Na época, Força-Tarefa do Ministério Público Estadual concluiu que houve desvio de R$ 130 milhões no escândalo. O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) ingressou com ações criminais.
A competência do órgão para investigações criminais emperrou o andamento dos processos por vários anos. Em 2015, quando Zeca assumiu o mandato de deputado federal, as ações foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal.
Em maio do ano passado, o STF mudou a interpretação sobre foro privilegiado, que ficou restrito aos crimes cometidos no exercício do mandato. Com base no novo entendimento, a ministra Rosa Weber determinou a remessa dos inquéritos e ações para a Justiça Estadual.
Em setembro de 2008, o TJ decidiu que a 2ª Vara Criminal era competente para julgar a denúncia e todos os processos foram remetidos para análise do juiz Olivar Coneglian. Conforme despacho publicado hoje, ele determinou o arquivamento das 12 ações.
Com a decisão, o petista ganha mais argumentos para embasar a tese de que foi vítima de perseguição do MPE. A Justiça já o absolveu em praticamente todas as ações por improbidade decorrente da “Farra da Publicidade”.
Licenciado da presidência do PT para tratamento médico, a partir desta semana, o ex-governador ficou surpreso com a decisão. “Não estava nem sabendo”, afirmou.
A semana foi boa para a classe política, literalmente. Na quarta-feira, a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região acatou agravo de instrumento e livrou a senadora Simone Tebet (MDB) de ação por improbidade pelo suposto desvio ocorrido na obra de revitalização do balneário municipal de Três Lagoas.
1 comentário
Pingback: MPF concorda com indenização de R$ 170 mil a Zeca por “má conduta” de promotores de MS – O Jacaré