O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) garantiu cargos com status de secretário especial- e salário de R$ 24.376,89 – ao ex-senador Pedro Chaves (PRB) e à ex-deputada estadual Mara Caseiro (PSDB). Apesar de ter reduzido o número de secretarias, alegando redução de gastos e otimização da máquina, o tucano pode nomear até 12 secretários especiais, com DCA-0, conforme lei aprovada em dezembro passado.
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Chaves foi nomeado chefe do Escritório de Relações Institucionais e Estratégicos do Estado no Distrito Federal. O governado retribuiu o apoio recebido na campanha eleitoral do ano passado, quando o então senador abandonou a candidatura do juiz federal Odilon de Oliveira (PDT) e subiu no palanque de Reinaldo.
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Na época, a mudança repentina de lado de Pedro Chaves revoltou o magistrado e o presidente regional do PRB, pastor Wilton Acosta. Os aliados ameaçaram expulsá-lo do partido, porque o ex-senador os obrigou a deixar cargos na gestão tucana para apoiar o adversário.
“Irresponsável. Um homem sem princípios. Nãoconseguiu sua candidatura porque é um homem sem ética”, acusou Acosta. “Mas ele, buscando apenas os seus interesses pessoais, seus negócios, desistiu da candidatura. É um covarde!!!”, disse o presidente regional da sigla.
Pedro Chaves chegou a fazer campanha pela reeleição e percorreu o Estado ao lado de Reinaldo. No entanto, a sua candidatura nunca empolgou nem figurou entre os primeiros nas pesquisas.
Apesar de ser o político mais rico do Estado, com patrimônio declarado de R$ 130,4 milhões, o empresário acabou lutando para ter um cargo no Governo. Inicialmente, o tucano cogitou criar uma agência de desenvolvimento para dar ao ex-senador, mas a proposta acabou não vingando.
Mara Caseiro não conseguiu se reeleger e ficou como suplente de deputada estadual. Sem votos, a esperança era de que o governador puxasse um deputado para o secretariado e a tucana continuasse na Assembleia, que acabou ficando sem nenhuma representante do sexo feminino.
Sem alternativa, a ex-deputada acabou nomeada como presidente da Fundação de Cultura, cargo que teria sido recusado por Athayde Nery (PPS). Ele decidiu não continuar após a secretaria de Cultura ser extinta.
Mara foi prefeita de Eldorado por dois mandatos pelo PDT. Ela foi condenada no escândalo da Máfia das Ambulâncias junto com o ex-deputado federal João Grandão, mas recorreu da sentença ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Nesta quarta-feira (13), o Diário Oficial traz outra nomeação com status de secretário especial, do engenheiro Paulo Henrique Malacrida na Secretaria Estadual de Educação. No ano passado, ele ocupava a função de diretor-geral de Infraestrutura da pasta.
Outros dois com status de secretário especial são Carlos Alberto de Assis, que deixou a Secretaria de Administração para assumir o gabinete do governador, e Sérgio de Paula, que era chefe da Casa Civil e agora é o chefe do escritório (mais um) das Relações Institucionais.
A nomeação de secretários especiais não representa finanças em ordem e balanço em dia. Reinaldo já definiu como prioridade o PDV (Programa de Demissão Voluntária) para reduzir o gasto com pessoal.
O Governo pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para reduzir os salários dos servidores como opção para se adequar à Lei de Responsabilidade Fiscal, mas o secretário de Fazenda, Felipe Mattos, garantiu que a medida não será adotada.
O Governo vive uma situação esquizofrênica, com dinheiro de sobra para nomear e dar reajustes aos comissionados, mas em crise permanente para conceder reajustes de salários aos efetivos.