Com o término das eleições estaduais, os partidos já estão de olho na sucessão municipal e prometem investir pesado em Campo Grande, maior colégio eleitoral. A disputa não deve fácil para o prefeito Marquinhos Trad (PSD), que deverá disputar a reeleição, e corre o risco de enfrentar uma espécie de “liga da Justiça”, considerando-se os adversários colocados, que inclui um capitão do Exército, um procurador de Justiça e um juiz federal.
[adrotate group=”3″]
Apesar do acordo com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que contou com o aval da família Trad para ser reeleito, os tucanos podem lançar candidato próprio. Deputada federal mais votada no ano passado, com 120 mil votos, Rose Modesto (PSDB) sonha ser candidata a prefeita da Capital de novo. Em 2016, ela perdeu no segundo turno para o atual prefeito.
Veja mais:
Alvo da Lama Asfáltica, PSG deve vencer licitação milionária com o 3º menor valor
PSG não comprovou prestação de serviço e levou calote de R$ 3,3 mi da prefeitura
PSDB usa revanche como critério e pune cidades onde perdeu prefeitura em 2016
Reinaldo usou resultado da eleição para premiar Corumbá e punir Capital
Outro campeão de votos, o deputado estadual Renan Contar, conhecido como Capitão Contar (PSL), não descarta ser candidato do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 2020.
“Se for o desejo da população. Seria uma honra para mim (Sic) poder estar à frente da cidade que acolheu a mim e minha família”, afirmou em entrevista ao programa Noticidade, da FM Cidade. “Se o meu nome estiver na ponta da língua das pessoas, por que não? Militar que vai à guerra e tem medo de combate é covarde”, afirmou o deputado, que foi o campeão de votos e surpreendeu muito político tradicional nas urnas.
O resultado de 2018 é o principal incentivo para o procurador Sérgio Harfouche (PSC), que não levou o Senado, mas foi o mais votado na Capital, superando, inclusive, Nelsinho Trad (PSD), irmão de Marquinhos.
Com a carreira ilibada no Ministério Público e focado na educação de crianças e adolescentes, Harfouche aposta no desejo de parte do eleitorado em apostar nos neófitos. Em entrevista à CBN, ele já deu o tom do discurso, colocando Marquinhos como representante da “velha política”.
Outro animado com a votação expressiva em 2018 é o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), que chegou ao segundo turno na primeira disputa do cargo de governador. No entanto, para ter chance, o magistrado deve ter mais habilidade política e não repetir os erros cometidos na campanha passada.
Mesmo estraçalhado, o MDB não se considera fora do páreo e pode apostar as fichas na senadora Simone Tebet , que ganhou os holofotes da mídia nacional ao enfrentar Renan Calheiros (MDB).
O partido ainda tem o ex-governador André Puccinelli, cuja gestão marcou a Capital e deixou uma legião de saudosistas. No entanto, dois anos é muito tempo para o emedebista, que está a Polícia Federal, Ministério Público e a Justiça no calcanhar. A Operação Lama Asfáltica, que o acusa de integrar organização criminosa responsável pelo desvio de mais de R$ 432 milhões dos cofres estaduais, pode ter um desfecho, apesar da morosidade da Justiça federal sul-mato-grossense.
Caso seja inocentado, o ex-governador se torna imbatível na disputa, inclusive contra a “liga da Justiça”.
O ex-governador e ex-deputado federal Zeca do PT pode voltar a disputar a prefeitura após 24 anos. Sem mandato, o petista terá a opção de garantir um mandato de vereador ou focar na estratégia de reconstruir o PT na Capital, já que a sigla nunca mais conseguiu repetir o fenômeno de 1996, quando ele perdeu no segundo turno por 411 votos para Puccinelli e se capitalizou para disputar o Governo e ganhar em 1998.
Marquinhos deverá repetir a mesma estratégia de Reinaldo, de só admitir a candidatura à reeleição no início do segundo semestre de 2020.
O prefeito vai apostar em duas obras de vulto. A mais cara é o Reviva Centro, que foca na revitalização de apenas uma rua no Centro, a 14 de Julho, e deve ser inaugurada próxima do pleito.
A segunda será a revitalização da Avenida Ernesto Geisel, que foi reduzida para um terço do idealizado pelo irmão, Nelsinho Trad.
No entanto, Marquinhos acumulará desgaste com a criação da taxa do lixo e o transporte coletivo caro e ruim. O prefeito não conseguiu concluir nem um corredor de ônibus, que teve a obra iniciada ainda na gestão de Alcides Bernal (PP). O fim da tarifa mínima de água foi uma proposta cumprida, mas a conta será paga pelo consumidor final.
O prefeito vai precisar de boa política de alianças para garantir a reeleição e não repetir a trajetória de Bernal, que não conseguiu ser reeleito.
Apesar da torcida dos políticos por um eleitorado mais apático, as eleições de 2020 prometem ter um eleitor ainda mais indignado com as denúncias de corrupção, disposto a dar susto com a abertura das urnas, repetindo fenômenos registrados em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
2 Comentários
Pingback: Riscos e méritos da polêmica proposta de transformar hotel de luxo em moradia social – O Jacaré
Pingback: Eleições 2020: André tira pontos de Marquinhos e veja quem ganha com saída de Odilon – O Jacaré