Gustavo Gimenez Guiraldelli, 38 anos, foi afastado, nesta segunda-feira (21), do cargo de oficial de Justiça após ficar famoso com o vazamento do suposto áudio em que pede a entrega de cocaína dentro do Fórum de Água Clara. No entanto, ele continua como vereador do PSDB na cidade, para o qual foi reeleito em 2016.
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O afastamento e a abertura de procedimento administrativo disciplinar foram determinados pela juíza Camila de Melo Matioli Gusmão Serra Figueiredo, da Vara Única de Água Clara. Ela já marcou a audiência para ouvir o tucano e testemunhas sobre a denúncia no dia 25 de fevereiro deste ano.
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Para a magistrada, o escândalo fere a moralidade e vai contra o Estatuto dos Servidores do Poder Judiciário. Além do áudio em que pede mais droga, o oficial de Justiça e vereador teria se valido da função pública, não fica claro qual, para amedrontar testemunhas do escândalo.
Em dezembro, conforme o Portal da Transparência do Tribunal de Justiça, Guiraldelli teve salário de R$ 19.363,97 (o valor é equivalente ao valor de R$ 16,3 mil pago em novembro). Além de analista judiciário, ele recebe como vereador em Água Clara.
O tucano se envolveu no escândalo graças a prisão de mototaxista em operação da Polícia Civil de combate ao tráfico de drogas. No telefone celular do traficante, os policiais encontraram áudio atribuído ao vereador.
Na conversa, ele pede mais cocaína porque a pedra tinha se esfarelado no bolso. O motoentregador pede paciência e promete fazer a entrega assim que a tempestade se acalmar. No entanto, o vereador surge desesperado pela droga e faz a declaração apoteótica: “Cola aqui no fórum. Só estou eu aqui, rapidão. Agora, agora, agora!”.
A conversa viralizou na cidade e no Estado. Jornais da região e da Capital reproduziram a famosa negociação envolvendo o vereador tucano.
Até o momento, Gustavo não sofreu nenhum problema na Câmara Municipal. Só não conseguiu ser empossado como presidente, para o qual teria sido eleito em março de 2017. O caso foi parar na Justiça e os vereadores elegeram o novo presidente no dia 1º. Saylon Crsitiano Moraes (PDT) foi eleito.
É a segunda denúncia que o legislativo municipal ignora contra o tucano.
Em abril do ano passado, a polícia flagrou 60 menores de idade em uma festa regada a bebida alcoólica e drogas. Gustavo chegou a ser acusado de ser o promotor do evento, mas acabou saindo ileso da história e manteve o mandato.
Agora, de novo, envolvido em uma polêmica comprando cocaína, ele continua a vontade como exemplar político brasileiro, protegido pelos companheiros de legislativo. Além do salário de oficial de Justiça, Guiraldelli ganha aproximadamente R$ 7,5 mil como vereador de Água Clara.
É caso semelhante a outro tucano, o senador Aécio Neves, de Minas Gerais, flagrado em viva voz pedindo R$ 2 milhões em propina e até defendendo a execução do dono da mala para evitar delação premiada.
Neves vai concluir o mandato graças ao voto dos três senadores de Mato Grosso do Sul, que votaram para lhe manter no Senado: Pedro Chaves (PRB), Simone Tebet e Waldemir Moka, ambos do MDB.
Não se pode culpar os políticos pela desgraça da nossa política. Aécio foi eleito deputado federal em Minas Gerais.