Após queda no número de óbitos por três anos consecutivos, a Capital registrou aumento de 20% nas mortes em acidentes automobilísticos em 2018, segundo a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Sem os radares, que retornam com força total neste ano, houve redução na violência no trânsito de Campo Grande.
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Conforme a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), houve redução de 17,34% no número de vitimas de lesão corporal culposa no trânsito. Foram contabilizados 648 ocorrências no ano passado, praticamente o mesmo número de 2017. Os dois últimos anos não contaram com equipamentos eletrônicos na fiscalização do trânsito e representam redução de 17,3% em relação a 2015, quando foram 784 casos.
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Em relação a 2015, houve queda de 20% no número de homicídios culposos no trânsito. No ano passado, a Polícia Civil contabilizou 62 casos, ligeiro aumento de 5% em relação ao ano anterior, com 59 óbitos.
Já o Programa Vida no Trânsito, monitorado pela Agetran e uma equipe composta por representantes de vários órgãos públicos, contabilizou 84 mortes em acidentes de trânsito na Capital no ano passado. Em relação a 2017, quando foram 70 óbitos, houve aumento de 20%.
Este é o primeiro aumento no número de mortes em acidentes de trânsito em Campo Grande desde 2014, quando houve recorde de 112 vítimas fatais.
Os números foram caindo a cada ano, começando por 2015, quando foram 93 óbitos. Em meio a briga do então prefeito Alcides Bernal (PP) com a Perkons, que desativou os equipamentos eletrônicos em alguns meses, a queda se manteve e oscilou para 83 fatalidades em 2016.
A desativação dos radares e do famoso olho vivo, que registra avanço de sinal, trouxe ainda mais paz para o trânsito. A Agetran contabilizou apenas 70 mortes, apesar do aumento da frota, do número de motoristas e de moradores.
Em sete anos, número de óbitos em acidentes cai 33%
Apesar do crescimento no ano passado, o número de mortes no trânsito na Capital acumula queda de 33% em sete anos, conforme a Agetran. A quantidade de vítimas fatais oscilou de 126, em 2011, para 84 no ano passado.
O recorde foi registrado em 2012, quando 132 pessoas perderam a vida em acidentes automobilísticos e atropelamentos no perímetro urbano.
Confira as mortes no trânsito
- 2011 – 126
- 2012 – 132
- 2013 – 116
- 2014 – 112
- 2015 – 93
- 2016- 83
- 2017 – 70
- 2018 – 84*
(*) dados podem ser alterados
Fonte: Agetran
Desde o início do segundo semestre, a prefeitura vem retomando o projeto de reativar a polêmica indústria da multa. O Consórcio Cidade Morena, integrado pela Perkons, que se enraizou na cidade desde que chegou com o primeiro radar, Serget Mobilidade Viária e Fiscal Tecnologia e Automoção, foi declarado vencedor e ganhou o contrato por R$ 15,4 milhões por ano.
Os números de mortes em 2018, o maior desde 2015, foram usados pela Agetran, por meio da assessoria de imprensa, para justificar a reativação dos equipamentos eletrônicos neste ano. “Senhores observem que após a retirada dos controladores de velocidade as vítimas fatais aumentaram”, informou o órgão, que levou seis dias para informar os dados sobre a violência no trânsito em 2018.
A agência informou que os dados do ano passado ainda são parciais, porque o número só será fechado em março, quando se completam o prazo de 90 dias considerado ideal para validar a estatística pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Radares já estão multando em sete locais
A Prefeitura de Campo Grande informa no site da Agetran sobre o cronograma de ativação dos radares na Capital. Até o momento, a velocidade é controlada por equipamento eletrônico em sete locais.
Outros quatro locais estão na fase educativa e a multa passa a valer a partir do dia 25.
Confira os locais aqui.
O órgão informou, em nota, que as principais causas das mortes no trânsito são velocidade, falta de CNH (Carteira Nacional de Habilitação), contramão de direção e ingestão de bebida alcoólica.
A falta de carteira de motorista talvez explique as barbaridades vistas diariamente no trânsito, como motorista sem cinto de segurança, uso do telefone celular, desrespeito ao sinal vermelho e às placas de sinalização, gente que sinaliza seta para a esquerda e vira à direita, faz contorno na contramão, entre outras.
Apesar de tudo, mesmo sem campanha educativa nos meios de comunicação, a única ação efetiva foi a realização de blitz pelo Batalhão da Polícia de Trânsito. E pode ser considerada como uma das principais causas da redução no número de acidentes.
Os equipamentos eletrônicos voltam ainda mais marcados com a fama de indústria da multa. Vale prestar se os equipamentos instalados em locais sem acidentes e sem pedestres vão ser reativados, porque voltará a ficar evidente, que a única finalidade é garantir a multa e não salvar vidas.