A Operação Ross, da Polícia Federal, apura o repasse de R$ 450 mil de propina da JBS pelo senador Aécio Neves (PSDB) ao ex-tesoureiro do PTB em Mato Grosso do Sul, Sérgio Magno Gomes Louzada. Ele é citado em despacho do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que determinou o cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão e 48 notificações para prestar depoimento nesta terça-feira.
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O petebista teria recebido o dinheiro em 2012 por meio de dois doleiros, Francisco Joaquim Eduardo Aparício Munoz Melgar e Raul Alberto Peazzano. O repasse teria ocorrido como parte do pacote de R$ 20 milhões repassado ao PTB em troca do apoio à candidatura de Aécio a presidente da República em 2014.
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Sérgio Louzada era tesoureiro do PTB em 2012, quando o partido estava sob o comando do seu pai, Ivan Louzada. Em maio de 2017, quando houve a homologação da delação premiada da JBS pelo ministro Edson Fachin, do STF, ele já era citado como beneficiário do suposto esquema criminoso do tucano.
Conforme a investigação, Aécio recebeu R$ 128,049 milhões em propinas da JBS entre 2014 e 2017. Só em 2014, quando pagou R$ 15 milhões para ter o apoio do Solidariedade, do deputado federal Paulinho da Força, o senador teria recebido R$ 109,3 milhões.
Aécio teria pago R$ 10,3 milhões para ter o apoio do DEM, PTN, PSL, PTC, PSC, PSDC, PTdoB, PEN e PMN. O tucano foi derrotado no segundo turno pela petista Dilma Rousseff.
A PF tinha solicitado a imposição de medidas cautelares e a entrega do passaporte do senador Aécio Neves, mas o ministro Marco Aurélio negou o pedido pelo histórico político do mineiro.
A Operação Ross cumpriu mandados em Mato Grosso do Sul, , Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Tocantins e Amapá.
O nome da operação faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.