A Operação Reagente, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação de Repressão Especial ao Crime Organizado) na sexta-feira (30), não prendeu o superintendente de Gestão de Compras e Materiais da Secretaria Estadual de Administração, Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa. A informação foi divulgada de forma equivocada pelo O Jacaré no final daquele dia e já foi corrigida.
O processo tramita em sigilo e apura o desvio de R$ 3 milhões do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. A juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, determinou o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão e a prisão preventiva de três pessoas.
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Ao ser preso na manhã de sexta-feira, o empresário Luiz Antônio Moreira de Souza, sócio da Neo Line Produtos e Serviços Hospitalares, destruiu o telefone celular. Ele informou aos policiais que o aparelho foi destruído por um trator no dia anterior.
O segundo a ser preso teria sido Adriano César Augusto Ramires, gerente de laboratório do HR. O terceiro acusado não foi identificado pelos jornais.
O Jacaré cometeu uma terrível injustiça ao tentar adivinhar o nome do terceiro preso. Com base em informações de fontes da Secretaria de Administração, não checada corretamente, o site publicou que Costa foi o terceiro preso na operação.
De acordo com a advogada Ana Cristina Bandeira, o superintendente não foi detido e a divulgação não procede. O Jacaré reconhece o erro publicamente e apresenta o pedido de desculpas pelo transtorno causado a Marcus Vinícius Rossettini de Andrade Costa.
O sigilo é a principal marca das ações de combate à corrupção, principalmente, do Ministério Público Estadual e no Poder Judiciário.
Os contribuintes – e leitor – ficam frustrados com a falta de detalhes das organizações criminosas que atuam, principalmente, na administração pública. Nomes, formas de atuação, provas e medidas adotadas para impedir os atos de corrupção seguem tudo protegidos pelo famoso segredo de Justiça.
A Operação Lama Asfáltica, descoberta há mais de três anos, é notório exemplo. O MPE denunciou dezenas de pessoas e cobrou R$ 2 bilhões. No entanto, a maioria das ações tramita em sigilo.
Ninguém foi condenado, enquanto a Operação Lava Jato já condenou mais de uma centena e até um ex-presidente da República quase no mesmo período. Muitos já foram julgados até em segunda instância.
Isso tudo ocorreu apesar dos salários pagos aos promotores, procuradores e juízes sul-mato-grossenses estarem entre os maiores do País.
O contribuinte acaba prejudicado duas vezes, por pagar a conta alta dos vencimentos e por não ter a contrapartida na prestação de serviços de forma eficiente e transparente.