A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça arquivou, por unanimidade, a investigação contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O inquérito 1.198 apurava a denúncia feita pelo Fantástico, da TV Globo, de que o tucano era beneficiado por suposto esquema criminoso de cobrança de propina de até R$ 500 mil em troca da manutenção de incentivos fiscais.
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No entanto, o tucano ainda é alvo de mais dois inquéritos na corte. A situação mais delicada é a do inquérito 1.190, relatado pelo ministro Felix Fischer, que apura o pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS e prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres estaduais. Este caso levou a prisão de 14 pessoas, inclusive do filho de Reinaldo, e ao bloqueio de R$ 277 milhões da sua família.
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O segundo é o 1.243, que investiga o envolvimento do governador no suposto plano para matar o corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco. O objetivo seria evitar a delação premiada.
O Jacaré antecipou o julgamento desta quarta-feira no dia 25 de setembro deste ano, quando o inquérito 1.198 foi incluído na pauta da Corte Especial pela relatora, a ministra Maria Thereza de Assis Moura. Esta noticia foi tirada do ar por determinação do juiz Wagner Mansur Saad, do TRE, a pedido da coligação do tucano.
Os ministros do STJ acompanharam o parecer do vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, que não viu indícios de crime contra o governador.
O MPF considerou a nova versão para a denúncia, dada pelo empresário José Alberto Miri Berger, em depoimento à Polícia Federal em Campo Grande no dia 4 de junho deste ano. Ele recuou das declarações feitas ao Fantástico.
De acordo com o empresário, Reinaldo foi protocolar e pediu para procurar a equipe da Secretaria de Fazenda. O seu pai, Roberto Berger, reforçou a nova versão, de que não havia provas do encontro com o governador, de quem o filho é vizinho.
Berger contou que entrou em contato com Polaco a partir da recomendação de integrantes do setor de frigoríficos e não a pedido de Sérgio de Paula. Ele ressaltou que pagou a propina no desespero e só viu que caiu em um golpe ao ser obrigado a recorrer à Justiça para manter o incentivo.
Na versão dada ao programa global, o dono da Braz contou outra história, de que Reinaldo o orientou a procurar Sérgio de Paula e este indicou Polaco. O corretor de gado tinha exigido R$ 500 mil e o benefício tinha sido reativado após o pagamento. Só houve suspensão quando Polaco teria exigido o pagamento mensal de R$ 150 mil.
Ele gravou o vídeo com o pagamento da propina e o flagrante foi exibido no Fantástico.
Mesmo com a mudança na versão de Berger, conforme o procurador Luciano Mariz Maia, o caso continua sendo investigado pela PF, mas apenas para os citados sem foro privilegiado.
Agora, a principal preocupação do governador é a Operação Vostok, que cumpriu mandados de busca e apreensão em seu apartamento e na Governadoria no dia 12 de setembro deste ano.
Reinaldo tem reiterado que, neste caso, é vítima dos “pilantras da JBS”, que firmaram a delação premiada e o acusam de receber propinas em troca de incentivos fiscais. Ele garante ainda que o filho, Rodrigo Souza e Silva, é inocente.
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