Pela primeira vez em 15 anos, nenhum integrante da família Trad foi eleito para um mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Contudo, uma das famílias mais tradicionais da Capital, não poderá reclamar do resultado eleitoral, já que conquistou uma das duas vagas no Senado e outra na Câmara dos Deputados.
[adrotate group=”3″]
O patriarca foi o primeiro a garantir um assento no legislativo estadual. Nelson Trad (PTB) teve dois mandados como deputado estadual, sendo eleito em 1983 e reeleito em 1987. Neste último mandato, ele garantiu o polêmico emprego sem concurso para Marquinhos Trad (PSD), eleito prefeito da Capital em 2016.
Veja mais:
Com exceção de irmãos com luz própria, candidatos de Marquinhos naufragam nas urnas
Marquinhos chegou a receber salário e frequentar a faculdade no Rio de Janeiro. Ele fez acordo e ressarciu o erário pelo período que não cumpriu o expediente. Outra polêmica foi a efetivação e promoção no emprego, mesmo sem concurso público. A ação civil pública foi suspensa pelo Tribunal de Justiça no início deste ano.
Trad pai acabou se elegendo deputado federal e a família ficou sem representante no legislativo por oito anos, entre 1994 e 2003, quando Nelsinho Trad (PTB) foi eleito deputado estadual. Ele acabou se elegendo prefeito de Campo Grande em 2004.
Marquinhos se elegeu deputado estadual pela primeira vez em 2007 e permaneceu no legislativo por três mandatos consecutivos. Ele até causou polêmica ao reclamar do salário pago pelo parlamento, que considerou muito baixo.
Com saída de Marquinhos para assumir o cargo de prefeito, a vaga ficou com o primo, Paulo Siufi (MDB). No entanto, ele não conseguiu ser reeleito neste ano e só cumpriu dois anos de mandato.
Os deputados estaduais da família Trad
Nelson Trad (1982)
Nelson Trad (1987)
Nelson Trad Filho (2002)
Marquinhos Trad (2008)
Marquinhos Trad (2010)
Marquinhos Trad(2014)
Fonte: Assembleia
Nas eleições deste ano, Tetê Trad (PTB) tentou manter a tradição familiar, mas não conseguiu se eleger deputada estadual. Ela obteve 5.337 votos. O irmão poderoso, Marquinhos, só gravou um vídeo de apoio para a candidata.
Ele se empenhou mesmo para eleger o seu líder o no legislativo municipal, o vereador Chiquinho Telles (PSD), e o tio da esposa, o ex-vereador de Três Lagoas, Jorge Martinho (PSD). Os dois também não conseguiram se eleger.
No entanto, a família Trad continua dominando a política sul-mato-grossense.Marquinhos não estava sozinho na política. O sobrinho, Otávio Trad (PTB) é vereador de Campo Grande.
Nelsinho foi eleito senador com 424.085 votos e tem mandato garantido por oito anos. Fábio Trad foi reeleito deputado federal, o segundo mais votado, e tem projeção nacional com o trabalho realizado na Câmara dos Deputados.
O primo, Luiz Henrique Mandetta (DEM), desistiu de tentar um novo mandato de deputado federal.
O domínio da política regional por famílias não é um “privilégio” apenas dos sul-mato-grossenses. A família Sarney começou a entrar em decadência somente agora no Maranhão, onde controlou a política por décadas.
Os senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros, ambos do MDB, implantaram dinastia semelhante nos estados do Pará e Alagoas.