O patrimônio dos 16 candidatos mais ricos nas eleições deste ano em Mato Grosso do Sul oscila entre R$ 4,4 milhões e R$ 38,6 milhões. A maioria dos milionários é formada por políticos de carreira, que estão na vida política há décadas. Dos seis abastados com mais de R$ 10 milhões, só um estreia na política neste ano.
Com a renúncia do senador Pedro Chaves (PRB), dono do patrimônio de R$ 130 milhões, o líder do ranking dos milionários é o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), com patrimônio declarado de R$ 38,6 milhões. O tucano está na política há 22 anos, desde 1996, quando se elegeu prefeito de Maracaju pela primeira vez.
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Reinaldo administrou o município por dois mandatos, elegeu-se deputado estadual e deputado federal. Eleito governador pela primeira vez em 2014, ele surpreendeu a população ao se envolver em denúncias de corrupção, apesar do patrimônio milionário. Há quatro anos, Reinaldo chegou a ser citado como o segundo governador mais rico do Brasil.
O tucano tornou-se o primeiro chefe do Poder Executivo a ser alvo de operação de combate à corrupção da Polícia Federal. Conforme a Operação Vostok, ele teria recebido R$ 67,7 milhões em propinas e causado prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres públicos. Além disso, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o bloqueio de R$ 277 milhões da família Azambuja. O governador nega as irregularidades e se diz vítima de “picaretas”.
O segundo no top dos milionários é estreante na política, o advogado Danny Fabrício Cabral Gomes (PSL), com R$ 25,5 milhões declarados à Justiça Eleitoral. Segundo suplente da advogada Soraya Thronicke (PSL),a candidata a senadora de Jair Bolsonaro (PSL), ele diz que entrou na política para “ajudar a mudar o Brasil”.
Danny ganhou notoriedade ao pedir o impeachment do governador e ingressar com ação na Justiça para garantir o ressarcimento dos cofres estaduais pelos prejuízos causados pelo suposto esquema criminoso da JBS.
O terceiro candidato mais rico é o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM), com R$ 15,9 milhões. Ele está na política desde 1994, quando foi eleito deputado estadual pela primeira vez.
Sempre fiel ao mesmo partido, um fato raro na política brasileira, Zé Teixeira tenta o sétimo mandato consecutivo nas eleições deste ano. O parlamentar sofreu o desgaste neste ano ao ser preso por cinco dias na Operação Vostok, que apura o suposto pagamento de propinas ao governador. O democrata é acusado de emitir R$ 1,6 milhão em notas frias. Ele nega a denúncia.
O quarto maior patrimônio é do Zelin Antônio Maggioni, o Mano (MDB), com R$ 13,8 milhões. Primeiro suplente do senador Waldemir Moka (MDB), ele foi prefeito de Sonora por dois mandatos, de 2005 a 2012.
Mano tenta repetir a trajetória de outros milionários que foram suplentes para assumir o cargo de senador, como Pedro Chaves, que herdou o mandato de Delcídio. O dono do frigorífico Bertin, Antônio Russo (PR) ganhou a vaga de Marisa Serrano (PSDB).
O quinto no ranking dos milionários é o candidato a vice-governador Murilo Zauith (DEM), na chapa de Reinaldo, com R$ 12,4 milhões. Dono da Unigran, maior universidade privada do interior do Estado, o democrata está na política desde 1994.
Murilo foi deputado estadual por dois mandatos e deputado federal de 2002 a 2006. Ele já foi vice-governador na gestão de André Puccinelli (MDB), preso desde 20 de julho deste ano na Operação Lama Asfáltica. Ele foi eleito prefeito de Dourados por dois mandatos.
O sexto mais rico é o ex-deputado estadual Londres Machado (PSD), com patrimônio de R$ 11,2 milhões. É o mais notório dos políticos, com a carreira iniciada em 1971 como deputado estadual pelo então estado do Mato Grosso..
Recordista nacional com 11 mandatos na Assembleia, Londres foi governador interino em duas ocasiões. Na última eleição, ele foi candidato a vice-governador na chapa de Delcídio. No entanto, conseguiu emplacar a filha, Grazielle Machado (PSD) como deputada estadual.
Nesta eleição, ele tenta retornar ao legislativo no lugar da filha, que não disputa a reeleição. Considerada uma lenda política, ele não exerce a profissão de professor há 47 anos e construiu todo o patrimônio a partir da carreira política.
Veja o top16 dos milionários
Dos 16, só cinco milionários não estão há muitos anos na política. O deputado estadual Barbosinha, que começou a vida como sorveteiro e é advogado. Ele foi presidente da Sanesul na gestão de Puccinelli e secretário estadual de Justiça e Segurança Pública na administração atual.
O candidato a governador João Alfredo (PSOL) é advogado e renunciou ao mandato de vice-prefeito de Ribas do Rio Pardo, onde teve curta experiência.
O empresário Antônio João Hugo Rodrigues (PTC) foi suplente de senador de Delcídio e chegou a exercer o cargo por 121 dias em 2006. Ele não conseguiu se eleger senador em 2014, quando fez dobradinha com Reinaldo. Agora, mais modesto, tenta uma vaga na Assembleia Legislativa.
Tereza Cristina está no primeiro mandato de deputada federal, mas foi secretária estadual de Desenvolvimento por oito anos na gestão de André.
- Reinaldo Azambuja (PSDB) – R$ 38.698.697,47
- Danny Fabrício (PSL) – R$ 25.514.618,06
- Zé Teixeira (DEM) – R$ 15.904.471,27
- Zelin Maggioni, o Mano (MDB) – R$ 13.864.695,97
- Murilo Zauith (DEM) – R$ 12.479.014,52
- Londres Machado (PSD) – R$ 11.243.841,52
- Antônio João (PTC) – R$ 9.102.253,23
- José Carlos Barbosa (DEM) – R$ 8.398.669,28
- Onevan de Matos (PSDB) – R$ 8.243.729,59
- João Alfredo (PSOL) – R$ 6.654.000,00
- Paulo Corrêa (PSDB) – R$ 5.869.472,71
- José Chagas (DEM) – R$ 5.164.631,75
- Tereza Cristina (DEM) – R$ 5.160.215,36
- Paulo Siufi (MDB) – R$ 4.935.304,26
- Edson Almeida (PSC) – R$ 4.881.500,00
- Amarildo Cruz (PT) – R$ 4.494.562,40
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