Por falta de provas da denúncia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento do inquérito aberto contra o candidato a senador e atual deputado federal Zeca do PT. Em delação premiada dos executivos da Odebrecht, o ex-governador foi acusado de receber R$ 400 mil para a campanha eleitoral de 2006, quando apoiou o então senador Delcídio do Amaral.
Conforme os delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, o petista tinha o apelido de “Pescador” no departamento da propina da companhia e teria recebido R$ 400 mil. O ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi foi acusado de receber R$ 12 milhões.
Veja mais:
Denúncias implodem favoritos e abrem avenida para azarões nas eleições de 2018
Após lutar pela Odebrecht com Blairro, “Pescador” pediu R$ 400 mil para campanha de Delcídio
Em troca do repasse, via caixa dois, Zeca e Blairo teriam pressionado a União para pagar precatório assumido pela Odebrecht. O precatório milionário acabou sendo quitado por André Puccinelli (MDB), conforme a delação, mediante o pagamento de R$ 2,3 milhões em propina.
Zeca estava encerrando o segundo mandato e desistiu de disputar o Senado em 2006. Na época, ele apoiou a candidatura de Delcídio, que perdeu para André no primeiro turno.
Na petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal na segunda-feira, a procuradora-geral da República destaca que a investigação não encontrou provas do suposto repasse.
Como os repasses ocorreram há 12 anos, os crimes de caixa dois já estariam prescritos. “Como se observa, após a realização de diversas diligências investigativas, não se obteve êxito na produção de lastro probatório apto à deflagração de ação penal efetiva e com perspectiva de responsabilização criminal dos investigados”, observa a chefe do MPF.
“Considerando o tempo transcorrido então, mais de 12 anos, não se vislumbram novas diligências aptas à elucidação dos fatos e com eficácia para permitir a propositura de ação penal neste caso”, observa Raquel Dodge.
Agora, o arquivamento do inquérito só depende do ministro Edson Fachin, relator da delação da Odebrecht no STF.
Esta é a segunda boa notícia para o petista em uma disputa acirrada por uma das duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul.
Só na reta final, ele conseguiu suspender a condenação na farra da publicidade e ter a candidatura deferida pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Sem companheiro de chapa, o petista tem apostado na imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e nas críticas do presidente Michel Temer (MDB) para ganhar a opinião pública.
No entanto, a disputa não está fácil. São 13 candidatos disputando duas vagas nas eleições deste ano.