A Justiça vai consultar a operadora de telefonia para saber o horário que o segundo sargento da Polícia Militar, Ricardo Campos Figueiredo, destruiu os dois telefones celulares. Réu por obstrução de investigação de organização criminosa e corrupção passiva, o ex-motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) foi preso na Operação Oiketicus, deflagrada pelo Gaeco para combater a Máfia do Cigarro.
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No dia 16 de maio deste ano, ao cumprir mandado de busca e apreensão, o promotor Fernando Martins Zaupa contou que o policial se trancou dentro do banheiro e quebrou os dois telefones celulares. Ele acabou preso por obstruir a investigação.
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Preso, ele acabou solto pelo desembargador Carmelo Paschoal Leandro. No entanto, ao reassumir o caso, o desembargador José Ale Ahmadd Neto, voltou a decretar a prisão preventiva do ex-segurança velada do Governo no dia 24 de maio.
Desde então, ele já teve pedidos de habeas corpus negado pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça e pelo Superior Tribunal de Justiça.
Defendido por um time de oito advogados, Ricardo mudou a versão da destruição dos celulares. Ele disse que os aparelhos foram destruídos pela mulher na noite anterior à Operação Oiketicus, que levou 28 policiais militares para a cadeia.
No início deste mês, o processo envolvendo Ricardo passou a tramitar em segredo de Justiça. Conforme o Diário da Justiça de quinta-feira, o juiz Alexandre Antunes da Silva concorda com a recomendação de um perito federal nomeado para o caso.
“Bem salientou o perito criminal, os aparelhos se encontravam funcionais antes de sua destruição, ou seja, em tese estariam com acesso à rede de telefonia celular- com cartão (ões) SIM instalado(s) e habilitado(s) -, e eventualmente com acesso à internet. Assim, com o parecer ministerial (f. 441), acolho a sugestão apresentada pelo perito criminal federal e determino a expedição de ofício à Operadora de telefonia para que forneça, com base na numeração aposta nos cartões SIM – ICCID – os últimos registros de conexão (com fuso horário) daquele usuário à sua rede, assim como notifique a Google e a Apple, a fim de que apresentem relatório demonstrando o log das últimas conexões (com fuso horário) feitas a partir dos celulares com a numeração dos IMEI’s dos aparelhos danificados”, determina.
Com a notificação das telefônicas, a Justiça descobrirá até que horas o sargento utilizou o telefone celular e poderá descobrir o horário da destruição.
No entanto, este não é o único motivo do militar estar preso. A Justiça aceitou outra denúncia e decretou a sua prisão preventiva por corrupção.
ele foi denunciado por ser chefe de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com a nova ação penal, o militar dava cobertura para o contrabando de cigarro e teria recebido R$ 500 mil em propinas da organização criminosa entre 2015 e 2018, segundo o MPE.
Com salário de R$ 16 mil, ele andava em caminhonete cabine dupla e planejava construir uma mansão de R$ 1,5 milhão na Capital.
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