O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, recuou e decidiu suspender o depoimento do deputado federal Vander Loubet (PT) previsto para a próxima sexta-feira (28). Em novo despacho, publicado ontem, ele transferiu o interrogatório do petista, acusado de receber R$ 1,028 milhão em propina, para depois do 1º turno das eleições deste ano.
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Além de evitar o desgaste na penúltima semana antes da votação, o ministro ainda mudou o local do depoimento. O deputado federal vai ser interrogado na sala de audiências do Supremo em Brasília.
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Inicialmente, o parlamentar seria ouvido na 3ª Vara Federal de Campo Grande, onde a exposição seria maior, já que o interrogatório seria acompanhado por todos os meios de comunicação da Capital.
A princípio, o interrogatório do cunhado de Loubet, o advogado Ademar Chagas da Cruz, também réu no processo, está mantido para as 11h de sexta-feira. Dois juízes auxiliares de Fachin devem se deslocar até a Capital para ouvir o acusado.
Vander foi denunciado junto com outros 50 políticos com foro privilegiado em março de 2015 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A denúncia foi aceita pela 2ª Turma do STF no final do ano passado e o petista se tornou réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Acusado de integrar esquema do ex-presidente da República e atual senador por Alagoas, Fernando Collor de Mello (PTC), Vander responde a ação penal junto com o cunhado e o empresário Pedro Leoni Ramos Bergamaschi.
Somente após o interrogatório dos réus, que deve ser concluído na primeira quinzena de outubro, Fachin vai pautar a ação e Vander Loubet corre risco de a sentença sair ainda neste ano. Em caso de condenação, ele poderá ter problemas para assumir o novo mandato se for reeleito mais uma vez.
O petista nega ter integrado esquema criminoso para desviar recursos da Petrobras e assegura que provará a inocência no julgamento da denúncia.