A Operação Vostok da Polícia Federal, que investiga o pagamento de propinas ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), cumpre 41 mandados de busca e apreensão e 14 de prisão temporária. A investigação ainda envolve um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e um deputado estadual.
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Conforme a PF, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça, a megaoperação conta com 220 policiais federais e cumpre os mandados em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracajú e Guia Lopes da Laguna, em Mato Grosso do Sul, e Trairão, no Pará.
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Na nota sobre a operação, a PF revela que além do governador, são alvos o ex-secretário estadual de Fazenda e atual conselheiro do TCE, Márcio Monteiro, e o primeiro secretário da Assembleia, José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira.
“As investigações foram iniciadas no início deste ano, tendo por base os termos de colaboração premiada de executivos de uma grande empresa do ramo frigorifico. Os colaboradores detalharam os procedimentos adotados junto ao governo do Estado para a obtenção de benefícios fiscais – TARE’s”, informa a PF, sobre a colaboração premiada dos executivos da JBS.
Conforme O Jacaré já revelou, o governador é acusado de ter recebido R$ 70 milhões em propinas entre 2015 e o ano passado. O empresário Wesley Batista contou que pagava R$ 3 milhões por mês para o tucano.
“O inquérito foi autorizado e tramita perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, que decretou as medidas em cumprimento”, informa a PF. O relator do caso é o ministro Felix Fischer, que vem conduzindo três inquéritos contra Reinaldo.
São alvos das medidas os endereços residenciais e comerciais dos investigados e os seus locais de trabalho.
“Segundo apurado, do total de créditos tributários auferidos pela empresa dos colaboradores, um percentual de até 30% era revertido em proveito da organização criminosa investigada. Nos autos do inquérito, foram juntadas cópias das notas fiscais falsas utilizadas para dissimulação desses pagamentos e os respectivos comprovantes de transferências bancárias. Apurou-se também que parte da propina acertada teria sido viabilizada antecipadamente na forma de doação eleitoral oficial, ainda durante a campanha para as eleições em 2014; e que alguns pagamentos também teriam ocorridos mediante entregas de valores em espécie, realizadas nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, no ano de 2015”, aponta a PF.
Policiais federais e procuradores cumprem mandado de busca e apreensão na casa de Reinaldo desde o início da manhã de hoje.
O nome de operação, Vostok, faz referência a uma estação de pesquisa russa localizada na Antártida onde já foi registrada uma das menores temperaturas da Terra. O nome faz referência às notas fiscais frias utilizadas para a dissimulação dos pagamentos.