A instabilidade tornou-se em uma das principais marcas da administração municipal. Antes de completar 21 meses de mandato, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) já trocou metade do secretariado. A pior situação é da Secretaria de Gestão, que trocou de titulares duas vezes.
A mudança frequente de secretário atrasa o cronograma dos serviços e emperra o município, porque tudo para e recomeça a cada substituição. Das 14 secretarias, sete já trocaram pelo menos uma vez de titular desde 1º de janeiro de 2015.
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Duas exonerações ocorreram nesta quinta-feira, véspera de feriado. O empresário Luiz Fernando Buainain deixou o comando da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento e de Ciência e Tecnologia). Ele será substituído pelo engenheiro agrônomo Abraão Malulei, que foi vice-presidente do CREA-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia).
A outra mudança ocorreu na Secretaria de Controladoria Geral e de Fiscalização, com o pedido de demissão, por “motivos pessoais”, do advogado Evandro Ferreira de Viana Bandeira. A pasta será comandada por Luiz Afonso de Freitas Gonçalves, que era o adjunto.
Dono do grupo São Bento, em recuperação judicial, Buainain não vai ficar sem salário pago pelo poder público. Ele assume o cargo de secretário-adjunto na Controladoria Geral. Este não era o desejo do empresário, que pretendia assumir a Central de Projetos, que comanda o Reviva Central.
A pasta comanda a obra milionária de revitalização da Rua 14 de Julho, orçada em aproximadamente R$ 50 milhões, e executada pela Engepar – Engenharia de Participações. Alias, no mês passado causou polêmica na Câmara a doação de área de R$ 5,5 milhões, com isenção de tributos, para a empresa, fundada em 1997 e com sede própria nova na Avenida Três Barras.
Em junho, em meio a polêmica ensurdecedora do Plano Diretor,que colocou empresários e Ministério Público em campos opostos, caiu o secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbano, José Marcos da Fonseca, considerado um dos melhores técnicos da área.
Ele foi substituído pelo adjunto e então presidente do Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo, o arquiteto Luís Eduardo Costa, filho do ex-vereador Celso Costa.
Outros quatro secretários já tinham sido exonerados. O caso mais simbólico é a Secretaria de Gestão, que teve um titular a cada seis meses. Começou com Evelyse Ferreira Oyadomari, passou por Maria das Graças Macedo e está, até o momento, sob o comando de Agenor Matiello.
A instabilidade começou antes da posse de Marquinhos com a “demissão” do marqueteiro Gildo Andrade, que chegou a ser anunciado como subsecretário de comunicação, mas não assumiu. O cargo ficou com a jornalista Lidiane Kober.
A conta não inclui ainda a Subsecretaria de Políticas para as Mulheres. A ex-vereadora Carla Stephanini (MDB) deixou o cargo para disputar uma vaga de deputada federal nas eleições deste ano. Ela acabou substituída por Maritza da Silveira Cogo.
Alcides Bernal (PP), considerado instável politicamente, não mudou tanto o secretariado quanto Marquinhos Trad.
Além de não repetir a estabilidade do mandato do irmão, Nelsinho Trad, Marquinhos registra mais mudança na equipe do que Gilmar Olarte, o primeiro prefeito da Capital a ser preso por suspeita de corrupção.
As sete mudanças no primeiro escalão
1 -Secretaria de Gestão
- Saiu – Evelyse Ferreira Oyadomari
- Entrou e já saiu – Maria das Graças Macedo
- Entrou – Agenor Matiello
2 – Secretaria de Assistência Social
- Saiu – Angélica Fontanari
- Entrou – José Mario Antunes da Silva
3 – Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande
- Saiu – Lauro Davi
- Entrou – Camila Nascimento de Oliveira
4- Secretaria de Educação
- Saiu – Ilza Mateus de Souza
- Entrou – Elza Fernandes Ortelhado
5 – Secretaria de Meio Ambiente e Gestão urbana
- Saiu – José Marcos da Fonseca
- Entrou –Luís Eduardo Costa
6 – Secretaria de Desenvolvimento Econômico
- Saiu – Luiz Fernando Buanain
- Entrou – Abraão Malulei
7 – Secretaria de Controladoria Geral e de Fiscalização
- Saiu – Evandro Ferreira de Viana Bandeira
- Entrou – Luiz Afonso de Freitas Gonçalves