Os padrinhos transformaram-se nos principais cabos eleitorais dos candidatos a senador por Mato Grosso do Sul. A única exceção no horário eleitoral é Waldemir Moka (MDB), no primeiro mandato, que decidiu esconder os seus principais apoiadores, o presidente Michel Temer e o ex-governador André Puccinelli, do mesmo partido.
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O ex-secretário estadual de Obras, Marcelo Miglioli (PSDB), continua patinando nas pesquisas, com menos de 5%, apesar da exposição ostensiva na fase de pré-campanha e do apoio dos principais jornais. Em entrevista ao Campo Grande News, ele contou que visitou os 79 municípios antes de ser oficializado candidato.
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Agora, a aposta é colar no governador Reinaldo Azambuja (PSDB), candidato à reeleição e líder nas intenções de voto, de acordo com o Ibope. No programa desta segunda-feira, o tucano o apresenta quase como se fosse o candidato a governador, apontando-o como responsável por 1,1 mil obras.
Outro que usou imagens do tucano foi o ex-prefeito da Capital, Nelsinho Trad (PTB). Líder nas pesquisas, o petebista exibiu o governador, mas não de forma tão ostensiva quando o ex-secretário. Nelsinho ainda não apareceu ao lado dos irmãos, Fábio Trad (PSD), que tenta a reeleição como deputado federal, e Marquinhos Trad (PSD), prefeito da Capital.
Em terceiro nas pesquisas, o senador Moka não mostrou o apoio de André, preso desde o dia 20 de julho deste ano na Operação Lama Asfáltica. Até desistir da disputa, o ex-governador conseguia mais de 25% nas pesquisas.
Moka ignorou outro aliado famoso, o presidente da República. Não foi exibida nenhuma imagem ou fotografia ao lado de Michel Temer, denuncia por corrupção e considerado o presidente mais impopular da história brasileira. Só 3% dos brasileiros aprovam a gestão emedebista.
O deputado federal Zeca do PT, que ocupa a segunda colocação nas pesquisas, não exibiu o principal cabo eleitoral do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba (PR). Defensor fanático do petista, o candidato centrou o programa em mostrar os feitos nos dois mandatos como governador do Estado.
Sem musculatura política, os candidatos a senador Beto Figueiró (Podemos) e Gilmar da Cruz (PRB) usaram o pouquíssimo tempo disponível para colocar na candidatura do juiz federal Odilon de Oliveira (PDT). Em primeiro ou segundo lugar nas pesquisas, dependendo do instituto, o pedetista é a principal esperança de a dupla crescer nas pesquisas.
Novatos na política, o procurador de Justiça Sérgio Harfouche (PSC),a advogada Soraya Thronicke (PSL) e ex-superintendente do Ibama, Doriva Betini (PMB) não apareceram no horário eleitoral novamente.
Soraya aposta nas redes sociais para divulgar o seu principal cabo eleitoral, o candidato a presidente da República Jair Bolsonaro (PSL). Ela já divulgou vários vídeos em que o deputado federal pede votos para ela.
Depois de ser rejeitado pelo MDB, Harfouche voltou ao projeto original e tem apostado nas mídias sociais para reconquistar o eleitor com o trabalho realizado nas escolas.
Thiago Freitas (PPL) só conseguiu falar o número durante o parco tempo no horário eleitoral. Mário Fonseca (PCdB) não teve nenhum padrinho.
O padrinho é importante na campanha eleitoral. Em 1998, Carmelino Rezende (PPS) cresceu na reta final junto com Zeca do PT, que acabou eleito governador, e deu um susto em Juvêncio César da Fonseca (MDB).
Em 2002, Zeca usou o prestígio para eleger o desconhecido Delcídio do Amaral senador, vencendo o mito Pedro Pedrossian.
Em 2006, André Puccinelli se elegeu governador e levou Marisa Serrano (PSDB). Em 2010, Delcídio se reelegeu e André usou o prestígio para eleger Moka para o seu primeiro mandato de senador.
Em 2014, Reinaldo não conseguiu fazer milagre de outras eleições, quando o governador elegia pelo menos um senador. Candidato na chapa do tucano, o dono do Correio do Estado, Antônio João Hugo Rodrigues, agora aliado do MDB, ficou em quarto lugar.
Na época, nem Delcídio, que foi para o segundo turno, conseguiu transferir o prestígio para o presidente da Cassems, Ricardo Ayache.
A eleita foi Simone Tebet (MDB), que usou a história do pai, senador Ramez Tebet, e o apoio de André. Há quatro anos, o emedebista viu o seu candidato a governador, Nelsinho Trad, ficar em terceiro na disputa.
Algumas diferenças podem comprometer ainda mais a transferência de votos: o pouco tempo de televisão, que caiu de 50 minutos para 20 minutos, e a duração de 90 para 45 dias. Além disso, candidatos não podem contar com doações de empresas.
Outdoors, outra estratégia para ampliar a visibilidade, também foram proibidos nesta eleição. A transferência de prestígio será ainda mais complicada em relação a quatro anos.