Patrimônio de deputados estaduais descola da crise do PT e cresce até 99,58% em quatro anos

A crise enfrentada pelo PT após o impeachment da presidente Dilma Rousseff e das acusações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou longe do patrimônio da bancada na Assembleia Legislativa. Conforme a declaração feita à Justiça Eleitoral, nos últimos quatro anos, o patrimônio dos deputados estaduais do partido teve crescimento expressivo e chegou a 99,58%. Só um petista teve evolução abaixo da inflação.

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A bonança foi maior para Amarildo Cruz, ex-presidente da Agência Estadual de Habitação e no terceiro mandato de deputado estadual. Entre 2014 e 2018, o seu patrimônio teve aumento de 99,58%, de R$ 2,251 milhões para R$ 4,454 milhões, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral.

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A maior parte dos bens é proveniente de crédito decorrente de empréstimo, no total de R$ 1,842 milhão. Em segundo lugar fica quotas ou quinhões de capital, de R$ 1,347 milhão. O petista possui uma empresa no ramo de hotel e de combustíveis, conforme a declaração de 2014, neste mesmo valor.

Amarildo possui apartamento de R$ 294 mil e prédio comercial de R$ 190 mil. Há quatro anos, ele já possuía esses imóveis e a sociedade no ramo de hotelaria.

A evolução da riqueza dos deputados petistas

Amarildo Cruz: +99,58%

• 2014 – R$ 2.251.931,26
• 2018 – R$ 4.494.562,40

Cabo Almi: + 74,58%

• 2014 – R$ 517.939,60
• 2018 – R$ 904.240,60

João Grandão: + 43,45%

• 2014 – R$ 141.461,76
• 2018 – R$ 202.933,56

Pedro Kemp: + 17,7%

• 2014 – R$ 1.443.644,17
• 2018 – R$ 1.699.786,27

A segunda maior evolução patrimonial, de 74,58%, foi registrada por Cabo Almi, três vezes vereador da Capital e no segundo mandato no legislativo estadual. Em quatro anos, os bens passaram de R$ 517,9 mil para R$ 904,2 mil.

Neste ano, conforme a declaração do militar, a maior parte do patrimônio é proveniente de consórcio não contemplado no valor de R$ 283,9 mil, seguido por duas casas avaliadas em R$ 140 mil e R$ 285 mil. Ele ainda tem terreno de R$ 85 mil.

Em 2014, Cabo Almi possui a casa de R$ 200 mil e uma frota de 15 veículos, que ia de uma motocicleta de R$ 4 mil a um Honda Civic de R$ 38 mil.

Outro milionário petista é Pedro Kemp, ex-secretário estadual de Educação e no quinto mandato como deputado estadual. Entre 2014 e 2018, o patrimônio do parlamentar teve oscilação de 17,7%, abaixo da inflação de 27%, e oscilou de R$ 1,443 milhão para R$ 1,699 milhão.

Conforme a declaração feita ao TSE, a maior parte do patrimônio é de aplicações, que somam R$ 1,239 milhão. Além disso, destacam-se a duas casas, de R$ 270 mil e R$ 75 mil.

Há quatro anos, o petista também declarou volume alto em aplicações bancárias, que totalizavam R$ 993,6 mil, e as duas casas, que valiam menos, R$ 70 mil e R$ 250 mil.

O mais pobre na bancada é João Grandão, que já foi deputado federal por dois mandatos e acabou condenando no escândalo dos sanguessugas. No primeiro mandato como deputado estadual, ele viu o patrimônio crescer 43,45%, de R$ 141,4 mil para R$ 202,9 mil.

Segundo a declaração, o petista possui duas chácaras em Guararapes (SP), no valor de R$ 50 mil, dois terrenos de R$ 20,4 mil e R$ 29,1 mil na poupança. Há quatro anos, a diferença principal era um carro avaliado em R$ 45 mi.

A declaração do patrimônio dos parlamentares é importante para o eleitor ter um parâmetro para decidir em quem votar.

Chama a atenção que a crise de imagem e de credibilidade do partido, que perdeu todos os prefeitos  e reduziu drasticamente a bancada de vereadores em Mato Grosso do Sul, passou longe do patrimônio dos deputados.

O Jacaré já revelou a evolução patrimonial dos deputados estaduais do PSDB e MDB e praticamente todos não sentiram a crise econômica que deixou parcela significativa dos brasileiros mais pobres.