Os candidatos a governador de Mato Grosso do Sul só devem participar de quatro debates nas eleições deste ano. Diante do atual cenário, com mentiras propagadas com força pelas redes sociais e pouco tempo de campanha, o eleitor será obrigado a fazer esforço imenso para identificar a melhor proposta para o Estado.
O atual modelo é favorável ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que controla a máquina estadual e dispõe do maior arco de alianças em busca da reeleição. Outro favorecido é o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT), que é conhecido pela fama nacional obtido no combate ao crime organizado.
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O candidato a governador Júnior Mochi (MDB), conta com estrutura partidária, mas é prejudicado pelo pouco tempo de campanha. Ele só entrou no pleito após duas desistências, do ex-governador André Puccinelli, preso na Operação Lama Asfáltica, e da senadora Simone Tebet, que alegou motivos pessoais.
Menos desconhecidos ainda são o ex-vereador da Capital, Marcelo Bluma (PV), o ex-prefeito de Mundo Novo, Humbero Amaducci (PT), e o advogado João Alfredo (PSOL). Eles só terão pouco mais de 45 dias para tentar conquistar o eleitorado.
O primeiro confronto será promovido pelo jornal Midiamax, prevista para o dia 3 de setembro. O portal ainda prevê outro debate no dia 24.
A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação) irá promover o tradicional debate no dia 12 de setembro, quando os candidatos a governador poderão expor as propostas para a educação.
O quarto confronto está pré-agendado para 17 de setembro, quando os candidatos se enfrentam no evento promovido pela Rádio e TV Gran Dourados.
O quinto e último debate do primeiro turno será promovido pela TV Morena no dia 2 de outubro, terça-feira.
Esta campanha é considerada a mais estranha dos últimos tempos. Como as convenções só ocorreram entre os dias 20 de julho e 5 de agosto, a dois meses das eleições, muitos candidatos enfrentaram o desgaste de que não seriam candidatos, como Odilon e André.
O pouco tempo faz a incerteza atingir outros candidatos, inclusive o governador Reinaldo Azambuja. O MDB questionou a chapa tucana, porque o candidato a vice-governador, Murilo Zauith (DEM) não teria se desincompatibilizado a tempo da Unigran, universidade que recebeu recursos da Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social.
Além do pouco tempo, a ostensiva utilização das redes sociais e aplicativos de mensagens para propagar informações e propostas dos candidatos deve minimizar o tempo de TV dos candidatos.
O fato mais notório é a candidatura a presidente da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ignorado pelas principais emissoras e jornais por estar preso em Curitiba (PR), onde cumpre a pena de 12 anos no caso triplex. Contudo, o petista lidera a corrida presidencial com 39%, dobro do segundo colocado, segundo o Datafolha.
O mesmo ocorre com Jair Bolsonaro (PSL), que terá parcos segundos no horário eleitoral, semelhante ao presidenciável Enéias Carneiro (PRONA). Só que o capitão não precisará berrar o nome para compensar o pouco tempo. A estratégia do PSL é recorrer às redes sociais, que já lhe garantem o segundo lugar isolado na disputa ou o primeiro na hipótese sem Lula.
A grande ameaça para a democracia é propagação de mentiras nas redes sociais e aplicativos. O eleitor será obrigado a ter esforço extra para separar o joio do trigo, porque candidatos e cabos eleitorais vêm se mostrando dispostos a usarem todas as armas possíveis para ganhar a eleição.
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