Dos seis deputados estaduais do MDB, só dois tiveram evolução patrimonial expressiva e acima da inflação nos últimos quatro anos. A disparidade entre os patrimônios dos parlamentares é enorme, de 4.393%, enquanto um tem pouco mais de R$ 100 mil, outro ostenta quase R$ 5 milhões.
Médico, ex-vice-prefeito de Dourados, ex-deputado federal e ex-vice-governador de Mato Grosso do Sul, George Takimoto, que trocou o PDT pelo MDB neste ano, tem um patrimônio modesto. Em quatro anos, o seus bens tiveram evolução de 22,37%, de R$ 89,8 mil para R$ 109,8 mil.
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Praticamente todo o capital do emedebista é proveniente de quotas ou quinhões de capital. Aos 77 anos, Takimoto se torna exceção no meio da classe política, onde acumular bens e ostentar fortuna é quase uma obrigação. O douradense aparece com total desapego dos bens materiais.
Por outro lado, o mais rico dos emedebistas é o médico pediatra Paulo Siufi, que assumiu o mandato no lugar do primo, Marquinhos Trad (PSD). Em quatro anos, o patrimônio teve salto de 71,18%, de R$ 2,883 milhões para R$ 4,935 milhões.
Siufi chegou a ser denunciado por receber vantagens indevidas para votar pela cassação de Alcides Bernal (PP) em 2014, mas acabou absolvido pelo Tribunal de Justiça. Ele ainda foi condenado por não cumprir na íntegra a jornada de trabalho no posto de saúde do distrito de Aguão.
Conforme o TSE, o parlamentar declarou duas casas, avaliadas em R$ 350 mil e R$ 440 mil, e três apartamentos, de R$ 180 mil a R$ 350 mil, R$ 629,9 mil em investimentos e imóvel em construção de R 620 mil. Siufi ainda informou ter 220 mil em dinheiro. Ele era vereador e está no primeiro mandato de deputado estadual.
A riqueza dos deputados emedebistas
- Paulo Siufi – R$ 4.935.304,26 (+71,18%)
- Eduardo Rocha – R$ 2.147.481,33 (+22,87%)
- Márcio Fernandes – R$ 1.488.883,84 (+2,92%)
- Júnior Mochi – R$ 1.453.722,57 (+14,66%)
- Renato Câmara – R$ 931.236,41 (+101%)
- George Takimoto – R$ 109.822,06 (+22,37%)
Fonte: TSE
Somente outro emedebista teve aumento expressivo no patrimônio, de 101%, Renato Câmara. No primeiro mandato, o representante de Ivinhema declarou R$ 931,2 mil, mais que o dobro do total registrado em 2014, de R$ 462,8 mil.
Câmara informou ter casa de R$ 345 mil, um prédio comercial de R$ 125 mil e quatro terrenos de R$ 2,6 mil a R$ 43 mil. Em 2012, o deputado tinha área rural e declarou doação de R$ 112 mil de Regina Maria Pierette Câmara.
Marido da senadora Simone Tebet, o deputado Eduardo Rocha teve crescimento de 22,87% no patrimônio em quatro anos, de R$ 1,747 milhão para R$ 2,147 milhões. A evolução ficou abaixo da inflação acumulada no período, de 27%.
O parlamentar informou ter R$ 350 mil em espécie, três casas (de R$ 120 mi a R$ 350 mil) e quatro apartamentos (de R$ 35 mil a R$ 324,8 mil).
O presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, também teve crescimento abaixo da inflação, de apenas 14,66%, de R$ 1,267 milhão para R$ 1,453 milhão. No terceiro mandato de deputado estadual e prefeito de Coxim por dois mandatos, ele acabou sendo lançado, nos acréscimos, como candidato a governador do Estado no lugar do ex-governador André Puccinelli (MDB), preso desde o dia 20 do mês passado.
Mochi informou ter construção avaliada em R$ 819,2 mil, dois apartamentos (de R$ 82,9 mil e R$ 219,6 mil), quatro carros e quatro terrenos.
A menor evolução ocorreu no patrimônio de Márcio Fernandes, que foi eleito pelo PTdoB e ingressou no MDB. Em quatro anos, os bens do parlamentar tiveram oscilação de apenas 2,92%, de R$ 1,446 milhão para R$ 1,488 milhão. Se for considerar a inflação, o patrimônio teve redução.
Os destaques são dois apartamentos, de R$ 185 mil e R$ 500 mil, e terra nua de R$ 335 mil. no terceiro mandato de deputado estadual, Fernandes vai disputar a reeleição.
O parlamentar emedebista mais rico, conforme a declaração de 2014, é a deputada estadual Antonieta Amorim, que decidiu não disputar a reeleição. Irmã do empresário João Amorim, preso na Operação Lama Asfáltica, e investigada por suposta corrupção na licitação do lixo em 2012, na gestão do ex-marido Nelsinho Trad (PTB), ela declarou ter patrimônio de R$ 7,2 milhões.
Antonieta é investigada no Tribunal Regional Federal da 3ª Região desde 2012 pelo suposto crime de peculato e teve os bens bloqueados pela Justiça estadual pelo suposto pagamento de propina na licitação do lixo. Ela nega as acusações.
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