A gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) foi classificada como “pouco eficiente” em ranking elaborado pelo Datafolha e pelo jornal Folha de São Paulo, publicado no dia 8 deste mês. Mato Grosso do Sul conseguiu ficar atrás de estados em situação de calamidade, que não conseguem nem pagar salários de servidores em dia, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
O REE-F (Ranking de Eficiência dos Estados – Folha) considerou 17 variáveis de 0 a 1 para avaliar as unidades da federação que entregam mais educação, saúde, infraestrutura e segurança a população utilizando o menor volume de recursos financeiros.
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Só cinco dos 26 estados foram classificados como eficientes ao obter a nota acima de 0,50: Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Pernambuco e Espírito Santo. Assim como MS, todos enfrentaram a mesma crise econômica, mas conseguiram apresentar resultados melhores, tanto nas finanças quanto na prestação de serviço ao povo.
A pontuação da gestão tucana sul-mato-grossense ficou em 0,405, considerada pouco eficiente, e no 13º lugar no ranking nacional.
MS ficou atrás do Rio de Janeiro, que obteve 0,456 e foi classificado como “alguma eficiência” em 10º lugar. A situação de penúria carioca é notória, com a suspensão de aulas em universidades e sob intervenção do Governo federal na segurança pública.
Outro estado em melhor colocação é Minas Gerais, com 0,493, e em 7º lugar. Os mineiros enfrentam uma das mais graves crises da sua história, com parcelamento de salários do funcionalismo e atraso no repasse dos municípios.
O ranking ajuda a transformar em números a percepção do sul-mato-grossense com a gestão de Reinaldo, que fechou o ano de 2017 com déficit de R$ 1,8 bilhão nas contas públicas e viu o Estado fechar 17,5 mil vagas de empregos em três anos.
A gestão é o principal fator que leva parte do eleitorado a citar o ex-governador André Puccinelli (MDB), que acumulou a fama de eficiente em dois mandatos como governador. No entanto, o emedebista desistiu de ser candidato após ter a prisão preventiva decretada na Operação Lama Asfáltica.
No comando do Estado desde 1º de janeiro de 2015, Reinaldo tem enfatizado que enfrentou a maior crise econômica da história. No plano de Governo, ele compara a atual recessão com a de 1929, quando houve a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
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Apesar de o Brasil dar sinais de que o pior já passou na economia, Mato Grosso do Sul ainda pode ter turbulências gravíssimas no horizonte. Dois fatores devem causar redução de aproximadamente R$ 700 milhões na arrecadação do ICMS, principal ingrediente da receita estadual: a redução do imposto sobre o óleo diesel de 17% para 12% e a queda na importação do gás natural da Bolívia.
Com menos recursos, o Governo estadual ainda enfrentará pressão dos servidores públicos, que se queixam de defasagem salarial de 20%, e da sociedade para concluir obras polêmicas, como o Aquário do Pantanal. Estima-se que o projeto lançado por André exija mais de R$ 70 milhões para ser concluído, sem considerar o desgaste dos materiais usados na construção abandonada há três anos.
Outro problema será a Reforma da Previdência, aprovada no ano passado, que retirou mais de R$ 370 milhões do fundo previdenciário. Como a mudança foi considerada irregular pelo Ministério da Fazenda, a próxima administração poderá ser obrigada a corrigir os erros e ainda repor o dinheiro sacado por Reinaldo no final do ano para pagar o 13º dos inativos.
Em campanha pela reeleição, o governador rebate as críticas e garante que o pior já passou com o fim da recessão econômica. Para o bem de todos, tomara que Reinaldo esteja certo, independente de quem seja eleito ou reeleito em outubro deste ano.