Dos oito deputados federais, seis vão tentar a reeleição e um será candidato a senador nas eleições deste ano. Em quatro anos, conforme a declaração patrimonial encaminhada à Justiça Eleitoral, a única mulher na bancada ficou milionária. Outros deputados dobraram o patrimônio. No entanto, teve um parlamentar que quase perdeu tudo e viu o patrimônio encolher 65,9%.
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A mais sortuda é a deputada Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, que trocou o PSB pelo DEM. Em 2014, ela declarou ter patrimônio de apenas R$ 10.360,98, sendo que o maior bem era a poupança de R$ 6,3 mil. Neste ano, a democrata declarou possuir R$ 5,1 milhões.
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Eleita como líder da bancada rural e “musa veneno”, por defender a liberação de agrotóxicos no País, Tereza declarou ter quotas de capital de R$ 1,863 milhão, outros bens avaliados em R$ 1,436 milhão e casa de R$ 675 mil.
Neste período, ela recebeu a herança da mãe e também se envolveu em briga judicial com a JBS, a qual arrendou uma fazenda para criação de gado confinado quando era secretária estadual da Produção. A pendenga continua na Justiça.
Evolução fantástica reflete herança, diz parlamentar
Dois fatores explicam a evolução expressiva no patrimônio da deputada Tereza Cristina: herança e a declaração ter sido feito com o marido.
Confira a nota a respeito do assunto:
“A primeira declaração de renda da deputada Tereza Cristina apenas estava anexada a renda de secretária, cargo que ela ocupada na época. Como ela é casada com comunhão de bens, as posses da família que vem dos pais das duas partes, estava devidamente apresentada na declaração do seu marido.
E o patrimônio atual é fruto de herança de família, são propriedades que vêm desde os anos 30 na mesma família e que foram passadas a deputada agora em herança.
Então, tudo dentro da legalidade.“
Por outro lado, o deputado federal Vander Loubet (PT) viu o patrimônio encolher 65,9% entre 2014 e 2018, de R$ 1,092 milhão para R$ 371 mil. Réu na Operação Lava Jato pela suposta propina de R$ 1,028 milhão, o petista só tem um imóvel no valor de R$ 350 mil.
Há quatro anos, o único bem neste valor era a Chácara São Bernardo, onde ele estaria residindo atualmente. Na ocasião, Vander ainda tinha casa de R$ 440 mil e R$ 180 mil em caixa.
Mais sorte teve o seu colega de partido, o ex-governador Zeca do PT, cujo patrimônio cresceu 59,8%, de R$ 2,328 milhões para R$ 3,722 milhões. Após o primeiro mandato de deputado federal, o petista vai disputar o Senado e ainda tenta se livrar da condenação em segunda instância no escândalo da “farra da publicidade”.
No entanto, a maior parte dos bens de Zeca, R$ 2 milhões, é proveniente de empréstimos bancários. Outros bens somariam R$ 800 mil, enquanto guarda R$ 150 mil em espécie. Há quatro anos, ele tinha três estâncias, sendo a maior a Nova Esperança, com 200 hectares.
Zeca do PT é citado nas delações da JBS, como o pioneiro na implantação do sistema de cobrança de propina em troca de incentivos fiscais. No entanto, os delatores não apresentaram documentos nem valores. Já em 2010, ele teria pegado R$ 3 milhões em espécie para a campanha a governador.
Confira o patrimônio dos deputados federais
Dagoberto Nogueira (PDT) – aumento de 14%
- 2014 – R$ 2.712.509,62
- 2018 – R$ 3.093.645,23
Elizeu Dionizio (PSB) – aumento de 72,6%
- 2014 – R$ 693.397
- 2018 – R$ 1.197.349.67
Fábio Trad (PSD) – aumento de 67,6%
- 2014 – R$ 1.011.914,88
- 2018 – R$ 1.696.699,51
Geraldo Resende (PSDB) – aumento de 25,65%
- 2014 – R$ 2.485.241,92
- 2018 – R$ 3.122.844,85
Tereza Cristina (DEM) -aumento extraordinário
- 2014 – R$ 10.360,98
- 2018 – R$ 5.160.215,36
- Vander Loubet (PT) – queda de 65,9%
2014 – R$ 1.092.529,13- 2018 – R$ 371.720,72
Zeca do PT – aumento de 59,8%
- 2014 – R$ 2.328.491,91
- 2018 – R$ 3.722.932,09
Fonte: TSE
O terceiro deputado federal mais rico é Geraldo Resende (PSDB), que já passou pelo PPS e MDB. O seu patrimônio teve aumento de 25,65% em quatro anos, de R$ 2,485 milhões para R$ 3,122 milhões.
Defensor das reformas impopulares do presidente Michel Temer, o tucano declarou possuir três apartamentos, que variam entre R$ 306 mil e R$ 1,144 milhão. Precavido, Geraldo declarou contar com R$ 250 mil em espécie.
Dono do quarto maior patrimônio é Dagoberto Nogueira (PDT), com R$ 3,093 milhões. Em relação a 2014, quando tinha R$ 2,712 milhões, houve aumento de 14%.
O pedetista declarou como maior bem a fazenda de R$ 2 milhões, casa de R$ 326 mil e apartamento de R$ 105 mil. Dois carros, avaliados entre R$ 105 mil e R$ 130 mil, também se destacam na declaração.
Suplente do ministro Carlos Marun (MDB), o deputado federal Fábio Trad, que deixou o MDB para ingressar no PSD, teve evolução patrimonial de 67,6%. O total dos bens saltou de R$ 1,011 milhão para R$ 1,696 milhão.
A maior parte do patrimônio do irmão do prefeito Marquinhos Trad (PSD) é proveniente de investimentos, que somam R$ 920 mil. Outros destaques são uma casa de R$ 220 mil, mesmo imóvel declarado em 2014, e uma sala comercial de R$ 238 mil.
Outro que teve evolução significativa durante o primeiro mandato de deputado foi Elizeu Dionizio, eleito pelo Solidariedade, mas que se filou ao PSB após ficar praticamente todo o mandato no PSDB. Ele teve evolução patrimonial de 72,6%, de R$ 693,3 mil para R$ 1,197 milhão.
O socialista declarou ter casa de R$ 1,087 milhão, R$ 77 mil em depósitos e R$ 32 mil em espécie. Em 2014, Dionízio tinha R$ 180 mi em espécie e casa de R$ 400 mil.
A evolução patrimonial dos candidatos é um meio do eleitor fiscalizar a conduta dos parlamentares. A transparência visa dar segurança sobre a retidão do escolhido, principalmente, no atual cenário da política brasileira, tomada pela lama.
Quatro deputados – Tereza, Geraldo, Elizeu e Marun – se notabilizaram pela votação da polêmica reforma trabalhista e por livrar Michel Temer, em duas ocasiões, de ser julgado pelos crimes de corrupção, obstrução da Justiça e de chefiar organização criminosa.
Elizeu ficou ainda mais famoso porque defendeu publicamente a condenação de Temer e até chegou a propor seu impeachment. No entanto, na última hora, após ser recebido pelo presidente, mudou de opinião e votou contra a abertura de processo pelo Supremo.
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